Excetuando o caso de algum extraterrestre ter baixado no Brasil agora, todos por aqui debatem os protestos simultâneos ao pronunciamento da presidente Dilma Rousseff. Se você for um desses desavisados, fazemos aqui breve resumo do que se passa.
Na noite de domingo, sensibilizadíssimos (ou não?) com a situação dos milhões de brasileiros cada vez mais à beira da panela vazia, moradores de áreas nobres e de classe média do Brasil - em São Paulo, nos bairros de Higienópolis e Perdizes, por exemplo - esvaziaram as próprias panelas para batucar.
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Misturando à barulheira algumas ofensas como "vaca", "p..." e afins ao ato, preferiram eles não ouvir o discurso. Gritaram pela saída imediata da presidente de seu posto, em favor dos desvalidos.
Fez-se assim o tal "panelaço" brasileiro, à semelhança dos ocorridos na Argentina - o daqui não se deu nas ruas, mas, sim, nas varandas. Ao termo "panelaço" seus discordantes acrescentaram a alcunha de "gourmet", transformando a manifestação em motivo de chacota.
"Panelaço" ou "Panelaço gourmet"?
Não cabe a este blog, cujo intuito é estar de olho nos preços, julgar com quem está a razão. Mas, de olho nos preços que estamos, pedimos ajuda ao site comparador de preços Zoom. E, sob nosso pedido, eles pesquisaram quais as 7 panelas mais caras do Brasil. Algumas delas, parece provável, ganharam escoriações enquanto Dilma dizia na tevê que "o Brasil é maior que tudo isto".
Veja a relação no gráfico:
A mais cara das panelas, como se vê, sai por nada menos que R$ 572,79. Fica a torcida para que ela não tenha sido amassada no último domingo. Com seu preço daria para comprar mais de uma cesta básica em São Paulo. De acordo com o Departamento Intersindical de Estatística e Estudos (Dieese), com esticada de mais de 16% nos preços em 12 meses, o conjunto de produtos ultrapassa R$ 378 - ou 48% do salário mínimo.
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Entretanto, um alento para quem deseja ver mais cheias as panelas dos menos favorecidos: pelo levantamento do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), a alta dos alimentos caiu de 1,48% para 0,81% entre janeiro e fevereiro.
Doeu no bolso, foi?
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