PUBLICIDADE

Publicidade

EUA têm domínio absoluto do Nobel de Economia; veja onde nasceram todos os vencedores

Para especialistas, proeminência econômica do país no mundo faz com que acabe centralizando muito as pesquisas na área

Foto do author Redação
Por Redação
Atualização:

Não é fácil ganhar um prêmio Nobel, seja ele qual for. Mas, no caso do Prêmio Nobel de Economia, suas chances aparentemente são muito maiores se você nasceu nos Estados Unidos. Dos 93 vencedores do prêmio entre 1969, quando foi criado, e 2023, nada menos que 54, ou 58%, nasceram em solo americano - incluindo a vencedora deste ano, a economista Claudia Goldin. Além disso, outros 17 também tinham cidadania americana, apesar de não terem nascido no país, o que eleva essa fatia para 76%. E, dos outros ganhadores, vários estudaram ou trabalham em universidades norte-americanas.

PUBLICIDADE

Para especialistas ouvidos pelo Estadão, é possível apontar alguns fatores que contribuem para esse domínio. Segundo Joelson Sampaio, economista da Escola de Economia de São Paulo da Fundação Getulio Vargas (FGV/EESP), os Estados Unidos têm muitas universidades que oferecem o tipo de formação que faz parte de um perfil muitas vezes premiado pelo Nobel. Neste quesito, ele também destaca o Reino Unido, que fica em segundo lugar em relação à quantidade de ganhadores do prêmio.

“São países que concentram boa parte das escolas com pós-graduação e PhDs no mundo”, diz. “E não só em quantidade, mas também o tipo de formação: essa formação mais ortodoxa, mainstream, que boa parte dos ganhadores do Prêmio Nobel tem, também é o perfil dessas escolas. Não é sempre, mas geralmente esse é o perfil que ganha o Nobel. Claro que há ganhadores de outros perfis também, os que têm um perfil mais keynesiano, por exemplo, mas é a minoria”, diz.

Josilmar Cordenonssi, economista da Universidade Presbiteriana Mackenzie, aponta que os EUA centralizam muito as pesquisas da área, por conta do tamanho de sua economia. “Eles têm essa tradição, é como se fosse o centro. Imagine uma região, a maior cidade dentro de uma região concentra a maior parte dos negócios. É onde as pesquisas acontecem. Vários ganhadores podem ser de outros países, mas estão em conexão com americanos”, afirma.

“Por conta da proeminência geopolítica dos EUA, há muita demanda por economistas que olham outros países, façam análises, por conta dos interesses que eles têm no resto do mundo. Eles atraem muita gente, mesmo aqui do Brasil. Há muitas pessoas que pensam no Brasil, por exemplo, mas pensam de lá”, completa.

Antes de Claudia Goldin vender o Nobel de Economia neste ano, havia apenas duas mulheres entre os premiados: Esther Duflo, franco-americana, e Elinor Ostrom, americana. Veja abaixo os países em que nasceram os ganhadores do Prêmio Nobel de Economia.

Onde nasceram os ganhadores do Nobel de Economia

Estados Unidos

  • 2023 - Claudia Goldin
  • 2022 - Ben S. Bernanke, Douglas W. Diamond e Philip H. Dybvig
  • 2021 - Joshua David Angrist (também é israelense)
  • 2020 - Paul Robert Milgrom
  • 2020 - Robert B. Wilson
  • 2019 - Michael Robert Kremer
  • 2018 - Paul Michael Romer
  • 2018 - William Dawbney Nordhaus
  • 2017 - Richard Thaler
  • 2013 - Eugene Fama, Lars Hansen, Robert Shiller
  • 2012 - Alvin E. Roth, Lloyd S. Shapley
  • 2011 - Thomas J. Sargent, Christopher A. Sims
  • 2010 - Peter A. Diamond, Dale T. Mortensen
  • 2009 - Elinor Ostrom, Oliver E. Williamson
  • 2008 - Paul Krugman
  • 2007 - Eric S. Maskin, Roger B. Myerson
  • 2006 - Edmund S. Phelps
  • 2005 - Thomas C. Schelling
  • 2004 - Edward C. Prescott
  • 2003 - Robert F. Engle
  • 2002 - Vernon Smith
  • 2001 - George A. Akerlof, Michael Spence e Joseph Stiglitz
  • 2000 - James J. Heckman e Daniel L. McFadden
  • 1997 - Robert C. Merton
  • 1995 - Robert E. Lucas
  • 1994 - John F. Nash e Reinhard Selten
  • 1993 - Robert William Fogel
  • 1992 - Gary S. Becker
  • 1990 - Harry M. Markowitz, Merton H. Miller e William F. Sharpe
  • 1987 - Robert Merton Solow
  • 1986 - James M. Buchanan
  • 1982 - George J. Stigler
  • 1981 - James Tobin
  • 1980 - Lawrence Robert Klein
  • 1979 - Theodore William Schultz
  • 1978 - Herbert Alexander Simon
  • 1976 - Milton Friedman
  • 1972 - Kenneth J. Arrow
  • 1970 - Paul Samuelson

Publicidade

Reino Unido

  • 2016 - Oliver Simon D’Arcy Hart (também é americano)
  • 2015 - Angus Stewart Deaton
  • 2003 - Clive W.J. Granger
  • 1996 - James A. Mirrlees
  • 1991 - Ronald Coase
  • 1984 - Richard Stone
  • 1979 - Arthur Lewis
  • 1977 - James Edward Meade
  • 1972 - John R. Hicks

Canadá

  • 2021 - David Edward Card (também é americano)
  • 1999 - Robert A. Mundell
  • 1997 - Myron S. Scholes (também é americano)
  • 1996 - William Vickrey (também era americano)

França

  • 2019 - Esther Duflo (também é americana)
  • 2014 - Jean Tirole
  • 1988 - Maurice Allais
  • 1983 - Gerard Debreu (naturalizado americano)

Noruega

  • 2004 - Finn E. Kydland
  • 1989 - Trygve Haavelmo
  • 1969 - Ragnar Frisch

Países Baixos

PUBLICIDADE

  • 2021 - Guido Imbens (também é americano)
  • 1975 - Tjalling Koopmans (também era americano)
  • 1969 - Jan Tinbergen

Alemanha

  • 2005 - Robert J. Aumann (também é israelense e americano)
  • 1973 - Wassily Leontief (russo, naturalizado americano)

Rússia

  • 2007 - Leonid Hurwicz (também era polonês, naturalizado americano)
  • 1975 - Leonid Vitalyevich Kantorovich

Suécia

  • 1977 - Bertil Ohlin
  • 1974 - Gunnar Myrdal

Áustria

  • 1974 - Friedrich Hayek (também era britânico)

Belarus

  • 1971 - Simon Kuznets (naturalizado americano)

Breslávia (atual Polônia)

  • 1994 - Reinhard Selten (era alemão)

Chipre

  • 2010 - Christopher A. Pissarides (também é britânico)

Finlândia

  • 2016 - Bengt Holmström

Hungria

  • 1994 - John C. Harsanyi (também era americano)

Índia

  • 1998 - Amartya Sen

Israel

  • 2002 - Daniel Kahneman (também é americano)

Itália

  • 1985 - Franco Modigliani (também era americano)
Comentários

Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.