Desembolsos batem recorde e BNDES quer mais recursos

Liberações chegam R$ 78,8 bi em 12 meses; Coutinho quer aumentar limite de empréstimos, de R$ 80 bilhões

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Por Adriana Chiarini e da Agência Estado

Os desembolsos do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) atingiram R$ 38,6 bilhões no 1º semestre, um recorde para o período, de acordo com dados divulgados nesta quinta-feira, 7. O valor é 56,2% maior que o registrado nos seis primeiros meses de 2007. Após a divulgação dos resultados, o presidente do banco, Luciano Coutinho, anunciou que quer aumentar os recursos disponíveis para empréstimos neste ano. O destaque no período foi a expansão das liberações para infra-estrutura, que chegou a 83,1%, com o valor atingindo R$ 15,2 bilhões. A indústria ficou com R$ 16,1 bilhões, mais 42,6% sobre o primeiro semestre do ano passado. O setor de serviços ficou com R$ 3,8 bilhões (+41,4%); agropecuária com R$ 2,8 bilhões (+15,8%) e outros com R$ 0,7 bilhão. Nos últimos 12 meses até julho, o banco alcançou níveis recordes de desembolsos e aprovações de financiamentos no período acumulado dos últimos 12 meses até junho. Segundo o banco de fomento, o desempenho recorde reflete os efeitos do ciclo de investimentos em curso na economia brasileira. Os desembolsos somaram R$ 78,8 bilhões, o que corresponde a um aumento de 34% em relação aos 12 meses anteriores, enquanto as aprovações cresceram 30%, para R$ 111,8 bilhões, na mesma base de comparação. Os investimentos em infra-estrutura e indústria representaram 81,7% do total de desembolsos, totalizando R$ 63,7 bilhões. Além disso, o presidente do banco, Luciano Coutinho destacou o crescimento dos investimentos em bens de capital (máquinas e equipamentos). Mais recursos Luciano Coutinho afirmou que está tentando aumentar os recursos da instituição para este ano para que os desembolsos em 2008 superem os R$ 80 bilhões já autorizados pelo Conselho de Administração. De acordo com Coutinho, a demanda por recurso ultrapassa R$ 80 bilhões, mas, por enquanto, o funding assegurado ainda está em R$ 80 bilhões. Para obter mais dinheiro, o banco pretende fazer uma captação. "Neste momento, o mercado não está favorável. Vamos aguardar uma janela de oportunidade e esperamos que, lá para setembro ou outubro, o mercado nos permita captar". Além disso, o BNDES está "examinando alternativas com o Tesouro e a Fazenda" para ampliar os recursos disponíveis em 2008. "Não posso adiantar agora a forma como será feita. Continuaremos explorando ao máximo oportunidades de captação de recursos, mas só faremos isso de forma eficiente", afirmou. "É difícil antecipar agora o mix de recursos, mas vamos ter que ter o mínimo de entendimento do Tesouro para isso", disse. Coutinho também disse que a receita do Fundo de Amparo ao Trabalhador (FAT), principal fonte de recursos do BNDES, também está crescendo, além dos saques e que os últimos números referentes ao FAT são positivos. "Preocupações de que o FAT entrasse em desequilíbrio estão por hora afastadas", afirmou. PAC A carteira do Plano de Aceleração do Crescimento (PAC) no BNDES é de R$ 49,7 bilhões, referentes a 170 projetos, informou o diretor da instituição João Carlos Ferraz. Ele explicou que os números referem-se à posição de 30 de julho. Com outras fontes de recursos, os investimentos associados a esses projetos deve totalizar R$ 83 bilhões, segundo o diretor. Do total da carteira do PAC no banco federal, R$ 23,3 bilhões estão contratados, R$ 11,4 bilhões estão aprovados pela Diretoria e outros R$ 15 bilhões estão em análise. Além desses, mais R$ 20 bilhões ainda não estão no BNDES, mas estão em perspectiva para entrar.

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