Desemprego aumenta em 12 Estados no 1º trimestre, aponta IBGE

Em São Paulo, taxa passou de 11,5% no quarto trimestre de 2019 para 12,2% de janeiro a março; ainda não é possível relacionar o coronavírus ao resultado negativo

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RIO - O Estado de São Paulo registrou fechamento de mais de meio milhão de postos de trabalho apenas no primeiro trimestre deste ano. A população ocupada encolheu 2,3%, o equivalente a 515 mil empregos a menos em relação ao trimestre encerrado em dezembro de 2019, segundo os dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (Pnad Contínua) divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). nesta sexta-feira, 15. 

A taxa de desemprego local subiu de 11,5% no último trimestre do ano passado para 12,2% no primeiro trimestre deste ano. O resultado só não foi pior porque 574 mil pessoas aderiram à inatividade.

A taxa de desocupação no total do País no primeiro trimestre foi de 12,2%. Foto: Nilton Fukuda/Estadão

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   Entre as vagas extintas no primeiro trimestre, 177 mil delas eram com carteira assinada no setor privado, e, ao mesmo tempo, outros 153 mil trabalhadores domésticos perderam o emprego em São Paulo.

O movimento foi semelhante no restante do País. A taxa de desocupação aumentou em 26 das 27 Unidades da Federação na passagem do quarto trimestre de 2019 para o primeiro trimestre de 2020, embora o avanço tenha sido estatisticamente significativo – ou seja, acima da margem de erro da pesquisa – em apenas 12 delas. 

No primeiro trimestre de 2020, o País tinha 3,1 milhões de pessoas em busca de emprego por dois anos ou mais, 200 mil pessoas a mais que no trimestre encerrado em dezembro. Mas aumentou o desemprego de curto prazo, um milhão de pessoas a mais buscando uma vaga a menos de um ano, sendo 400 mil delas desempregadas há menos de um mês.

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"Houve uma tendência de crescimento nas pessoas que procuram emprego há menos tempo", apontou Adriana Beringuy, analista da Coordenação de Trabalho e Rendimento do IBGE.

Informalidade

A taxa de informalidade recuou em todas as grande regiões do País no primeiro trimestre do ano, em relação ao quarto trimestre de 2019. No entanto, o resultado não foi consequência de uma melhora na qualidade do emprego, mas sim da perda de ocupação dos trabalhadores que atuavam na informalidade, afirmou Adriana Beringuy.

A taxa de informalidade para o Brasil ficou em 39,9%, abrangendo 36,8 milhões de trabalhadores ocupados. Entre as unidades da federação, as maiores taxas de informalidade foram as do Pará (61,4%) e do Maranhão (61,2%). Em São Paulo, a taxa de informalidade média foi de 30,5% no primeiro trimestre do ano.

“A informalidade diminui nesse caso não porque existam hoje muito mais trabalhadores com carteira, é porque esses trabalhadores (informais) perderam a ocupação que tinham, não mudaram de trabalho informal para formal”, justificou Adriana.

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A pesquisadora do IBGE evitou relacionar a redução na informalidade com o impacto da pandemia do novo coronavírus no mercado de trabalho, uma vez que as medidas de isolamento social se concentraram nos últimos 15 dias de março, enquanto a pesquisa se refere ao primeiro trimestre inteiro. No entanto, alguns itens da pesquisa já sinalizam as consequências da covid-19 sobre a perda de emprego no período pesquisado.

“O que chamou atenção é que grupamentos de atividades que não costumam cair no primeiro trimestre, que é alojamento e alimentação e outros serviços, que são aqueles prestados às famílias, tiveram retração na ocupação. Foram atividades que tiveram redução atípica da ocupação no primeiro trimestre”, reconheceu Adriana. “A Pnad mostra o começo do impacto extraordinário por conta do início do isolamento social. O impacto maior a gente vai ver quando tiver os dados de abril”, explicou a pesquisadora.

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