RIO - A taxa de desemprego recuou de forma significativa em apenas seis das 27 Unidades da Federação na passagem do segundo para o terceiro trimestre de 2022, segundo a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (Pnad Contínua). Os dados foram divulgados nesta quinta-feira, 17, pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
O resultado indica que a oscilação ficou dentro da margem de erro da pesquisa em 21 Unidades da Federação. Apenas seis estados tiveram redução significativa do ponto de vista estatístico na taxa de desemprego no período: Paraná, Minas Gerais, Maranhão, Acre, Ceará e Rondônia.
No terceiro trimestre, as maiores taxas de desocupação foram as da Bahia (15,1%), Pernambuco (13,9%) e Rio de Janeiro (12,3%). As menores taxas ocorreram em Rondônia (3,9%), Mato Grosso (3,8%) e Santa Catarina (3,8%).
Na média nacional, a taxa de desemprego desceu de 9,3% no segundo trimestre para 8,7% no terceiro trimestre deste ano. Em São Paulo, o resultado recuou de 9,2% para 8,6%, movimento considerado estável dentro da margem de erro.
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Desemprego de longa duração
No terceiro trimestre de 2022, o País tinha 2,575 milhões de pessoas em situação de desemprego de mais longo prazo, ou seja, em busca de um trabalho há pelo menos dois anos. O contingente equivale a 27,2% do total de 9,460 milhões de desempregados existentes no período.
Se considerados todos os que procuram emprego há pelo menos um ano, o total de pessoas em situação de desemprego de longa duração sobe a 3,678 milhões, o correspondente a 38,9% da população desocupada.
Havia 1,103 milhão de pessoas buscando emprego há pelo menos um ano (e há menos de dois anos). Outros 4,208 milhões de brasileiros procuravam trabalho há mais de um mês, mas há menos de um ano. Um total de 1,573 milhão de brasileiros tentava uma vaga de emprego há menos de um mês.
Houve melhora no desemprego de mais longa duração em relação ao terceiro trimestre de 2021: o contingente de pessoas em busca de trabalho há pelo menos dois anos diminuiu 33,8%. No entanto, essa população ainda é 76,6% maior que a registrada há uma década, quando o País tinha 1,458 milhão de desempregados procurando vaga por dois anos ou mais.
Melhora concentrada na renda
Quanto aos rendimentos de quem estava trabalhando, a alta verificada no terceiro trimestre de 2022 ante o mesmo trimestre de 2021 foi puxada por um crescimento estatisticamente significativo das remunerações em apenas cinco estados brasileiros.
Os avanços que superaram o intervalo de margem de erro da pesquisa ocorreram no Piauí (18,4%), Mato Grosso (15,7%), Amazonas (11,6%), Mato Grosso do Sul (11,6%) e Paraná (4,5%).
“Quando a gente abre (o resultado) pelas unidades da federação, a maioria ainda não registra esse crescimento. Elas podem até estar registrando essa tendência (de alta), mas foram essas cinco que registraram crescimento estatisticamente significativo”, afirmou Adriana Beringuy, coordenadora de Trabalho e Rendimento do IBGE.
No terceiro trimestre, o salário médio real do trabalhador ocupado no País era de R$ 2.737, 2,5% a mais que os R$ 2.670 recebidos um ano antes.
Em São Paulo, a renda média (R$ 3.319) era superior à média nacional no terceiro trimestre, mas houve uma queda anual – R$ 17 a menos que um ano antes, um recuo de 0,5%.
No Rio de Janeiro, a renda média era de R$ 3.275, R$ 109 a mais que um ano antes – uma alta de 3,5%. Em Minas Gerais, a renda média foi de R$ 2.433 no terceiro trimestre, R$ 53 a mais que um ano antes, uma alta de 2,2%.
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