As negociações de dívidas nas plataformas da Serasa registraram um salto na primeira semana do Desenrola Brasil, o programa lançado pelo governo para retirar brasileiros que estão com nome negativado em cadastros de crédito.
Segundo dados divulgados nesta terça-feira, 25, pela empresa, 231,9 mil negociações com bancos foram intermediadas pelo Serasa Limpa Nome desde a segunda-feira da semana passada, quando começaram a valer as duas primeiras etapas do programa, até o último domingo, 23.
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Na comparação com a terceira semana cheia de junho (de 19 a 25), esse número de negociações representa um crescimento de 62%. Frente à semana imediatamente anterior de julho (de 10 a 16), a alta nas negociações foi de 47% no aplicativo e site da Serasa, que fazem a conexão entre empresas e pessoas que buscam negociar dívidas.
O volume de descontos concedidos nessas negociações com bancos chegou a R$ 974 milhões na primeira semana do Desenrola, quase o dobro (alta de 97%) da cifra semanal apurada um mês antes.
Quando se incluem dívidas negociadas com outros credores, como prestadores de serviços e varejistas, que se anteciparam ao início, previsto para setembro, da terceira etapa do programa, os descontos concedidos sobem para R$ 2,65 bilhões, enquanto o total de dívidas negociadas passa de 1 milhão.
A Serasa informa ainda que 1,54 milhão de dívidas de até R$ 100 com bancos foram desnegativadas de seu cadastro na última semana. As duas primeiras etapas do Desenrola preveem a desnegativação de dívidas de até R$ 100 e a renegociação de dívidas bancárias, sem limite de valor, por pessoas com renda de até R$ 20 mil. A estimativa do governo é beneficiar mais de 30 milhões de pessoas com dívidas bancárias.
Nesta terça-feira, durante apresentação à imprensa, o diretor da Serasa, Matheus Moura, disse que o forte movimento de negociações entre pessoas e empresas reforça a tendência de redução da inadimplência após os sinais positivos de junho. No mês passado, o número de inadimplentes recuou para 71,45 milhões de brasileiros, após bater no pico de 71,9 milhões em maio. “A vontade é dos dois lados”, comentou Moura.
As principais dívidas em atraso são com bancos e cartões de crédito (31%), contas de luz e de água (22,1%), financeiras (15,2%) e varejo (11,4%), conforme os números da Serasa.
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