BRASÍLIA – O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, afirmou nesta terça-feira, 7, em evento da Caixa, que está se preparando para apresentar o programa Desenrola ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). Pouco antes, a presidente do banco, Rita Serrano, declarou que o programa de renegociação de dívidas para quem recebe até dois salários mínimos (R$ 2,6 mil) deve ser lançado nos próximos dias.
“Cinquenta milhões de negativados é a população de zero a dois salários mínimos que, em geral, estão em outros programas sociais. Se não desatar o nó de alto endividamento no período pós-pandemia, não vai reestruturar as famílias”, declarou o ministro. Lula estava previsto para o evento, mas desistiu de última hora.
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Haddad elogiou a Caixa, chamada por ele de banco da família, e destacou o papel da instituição nos programas Minha Casa, Minha Vida, Prouni e Fies, marcos das gestões petistas.
A presidente da Caixa afirmou que parte do Desenrola pode ter de passar pelo Congresso Nacional. “O desenho ainda não está pronto, a previsão é ser apresentado até o final do mês. Está se estudando porque talvez algumas medidas dele tenham que ser passadas pelo Congresso Nacional”, afirmou Rita Serrano, após participar de evento do banco público sobre a expansão de serviços para a população indígena.
Público-alvo
O programa Desenrola contará com fundo garantidor com recursos públicos para renegociação de dívidas de quem recebe até dois salários mínimos. A meta, porém, é maior, conforme apurou o Estadão/Broadcast com fontes do governo e do setor financeiro. O objetivo é incentivar que o programa seja aplicado para devedores de todas as rendas; mas, nas faixas mais altas, o risco segue com os bancos.
O programa deve ser levado para Haddad e Lula nos próximos dias e, nas discussões finais, estão sendo escolhidos os instrumentos de incentivo para que as instituições aproveitem o momento para ampliar a atuação de combate à inadimplência.
O fundo público, que deve ter uma soma entre R$ 10 bilhões e R$ 20 bilhões, será utilizado com foco na renda mais baixa, no intuito de permitir que as instituições possam esticar ao limite mínimo os juros e, ao máximo, os prazos. A ideia é levar para a prática a máxima repetida pelo presidente de incluir os mais pobres no Orçamento.
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