A Petrobras anunciou nesta quinta-feira, 11, a segunda queda do diesel em uma semana, a segunda também desde a entrada do novo presidente da estatal, Caio Paes de Andrade. A redução de 4% - ou R$ 0,22 por litro - começa a vigorar a partir da sexta-feira, 12, nas refinarias da empresa, com o diesel passando a ser negociado ao preço de R$ 5,19 por litro.
O preço da gasolina permanece inalterado.
A queda no diesel acontece em um momento em que o petróleo volta a subir no mercado internacional, após vários dias em queda, mas se mantém abaixo dos US$ 100 o barril.
Segundo a Petrobras, “essa redução acompanha a evolução dos preços de referência, que se estabilizaram em patamar inferior para o diesel, e é coerente com a prática de preços da Petrobras, que busca o equilíbrio dos seus preços com o mercado global, mas sem o repasse para os preços internos da volatilidade conjuntural das cotações internacionais e da taxa de câmbio”, disse a companhia em nota.
De acordo com a Associação Brasileira dos Importadores de Combustíveis (Abicom), haveria espaço para uma queda de preços de R$ 0,60 do combustível, já que o preço médio interno do diesel está 13% acima do mercado internacional.
Consequência na inflação
Para Luis Menon, economista da Garde Asset, a redução produz um efeito direto pequeno no Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA).
“O diesel tem um impacto mais secundário para a inflação, de alívio de custos”, afirma Menon. “A parte positiva de reduzir o diesel é que no médio prazo ajuda as cadeias produtivas. Podemos ter algum alívio dos in natura mais à frente com o diesel mais barato.”
Tanto Menon quanto Flávio Serrano, economista-chefe da Greenbay Investimentos, concordam que a redução de R$ 0,22 por litro no preço do diesel nas refinarias, deve ter um impacto de -0,01 ponto porcentual no IPCA.
De acordo com os cálculos de Serrano, o corte de 4% nas refinarias deve refletir em redução entre 2,5% e 3% dos preços nas bombas.
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