O open finance é um ecossistema que permite o compartilhamento de dados pessoais, bancários e financeiros entre instituições, mediante autorização. Essa nova tecnologia completa dois anos com a marca de 17,3 milhões de consentimentos de clientes para o compartilhamento de seus dados pessoais e bancários entre as instituições financeiras participantes. No período foram contabilizados 10,8 bilhões de comunicações bem-sucedidas entre as instituições integrantes do sistema para a troca de informações. Os dados fazem parte de levantamento realizado pela Federação Brasileira de Bancos (Febraban).
O estudo, feito com os bancos associados participantes do projeto, mostra que foram mapeados 45 produtos e serviços já oferecidos aos clientes, entre eles, de agregadores financeiros, para iniciação de pagamentos, soluções para ofertar melhores propostas de crédito, e serviços voltados para cashbacks e tarifas. “Um ponto importante é que o cliente é o dono dos dados e dá autorização e consentimento para o compartilhamento de dados”, explica Leandro Vilain, diretor executivo de Inovação, Produtos e Serviços Bancários da Febraban.
A infraestrutura funciona no Brasil sob regulação do Banco Central. O sistema trabalha por meio de APIs (interfaces de programação de aplicações), que fazem a conexão entre as instituições participantes e permitem a troca de informações entre elas de uma maneira padronizada. O cliente dá o seu consentimento para o compartilhamento de suas informações, que deverá ser usado pela instituição somente para a finalidade específica na qual foi autorizada e dentro de um período escolhido, não podendo qualquer instituição fazer o uso das informações para outra finalidade.
O Departamento de Regulação do Sistema Financeiro (Denor), do Banco Central, enfatiza que o open finance é um projeto de médio a longo prazo e representa uma mudança definitiva na forma como o consumidor se relaciona com o sistema financeiro. “Acreditamos que haverá redução de assimetrias de informação e a promoção de maior concorrência entre as instituições autorizadas a funcionar pelo BC, objetivos que esperamos atingir gradativamente com o ecossistema. Tudo isso tornará nosso sistema financeiro ainda mais eficiente, com reais benefícios ao consumidor final”, informou o Denor por meio da sua assessoria de imprensa.
Estudo Global Open Finance Index, desenvolvido pela Open Banking Excellence (OBE) em parceria com a Universidade de Oxford, mostra o Brasil assumindo a liderança global do open banking.
A estimativa é que o Brasil ultrapasse o Reino Unido, pioneiro no open banking e primeiro colocado no ranking mundial do sistema financeiro aberto, ainda neste ano. O relatório analisou 23 países em mais de 150 aspectos para identificar os componentes de um ecossistema bem-sucedido. O Brasil tinha cinco milhões de contas conectadas no fim da primeira fase de implementação do sistema, atingindo a marca em um quinto do tempo que levou o Reino Unido.
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