O “valor justo” do dólar está atualmente em torno de R$ 4,70, segundo estudo realizado pelo Bradesco. O banco espera queda da moeda americana a este nível até dezembro, em parte como reflexo de um cenário de contas externas sólidas no Brasil. Mas alerta que o real deve permanecer mais depreciado no primeiro semestre, diante de incertezas externas e domésticas. Nesta quinta-feira, 15, o dólar fechou em torno de R$ 4,9686, em queda de 0,07%.
“Pelo ambiente internacional, acreditamos que existam vetores para que o dólar permaneça forte, seja por riscos geopolíticos ou pela manutenção dos juros nos Estados Unidos, com o Fed iniciando o ciclo de cortes apenas em junho”, afirma em relatório o economista Rafael Murrer. “No cenário doméstico, o principal vetor de volatilidade segue sendo a dinâmica fiscal.”
Mesmo assim, a tendência é de apreciação do real no segundo semestre, segundo o analista. Ele destaca que a dinâmica das contas externas tem sido forte no Brasil e assim deve continuar, impulsionado pelo aumento da produção de petróleo e da produtividade do setor agropecuário.
O Bradesco espera um superávit comercial de US$ 74,5 bilhões este ano pela metodologia do balanço de pagamentos, após recorde de US$ 80,5 bilhões em 2023.
“Essa projeção contempla mais uma queda de preços de commodities agrícolas e um leve ajuste baixista nas cotações de petróleo”, explica Murrer, que prevê queda da safra de soja e aumento da produção de óleo.
O Bradesco estima um déficit em torno de 1% do PIB em transações correntes em 2024 e nos anos seguintes, bem abaixo da média desde 2000, de -1,9% do PIB.
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