Bolsa fecha em alta de 2,32% com chance de reforma; dólar fica a R$ 5,38

Ibovespa subiu aos 103 mil pontos na máxima do dia, apesar de queda nos índices dos EUA; expectativa com reforma tributária e privatizações anima investidor

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Por Redação

A Bolsa de Valores de São Paulo, a B3, se descolou das incertezas vistas nos índices internacionais para fechar o pregão desta sexta-feira, 17, com alta de 2,32%, aos 102.888,25 pontos. A expectativa de que a reforma tributária poderá ser aprovada levou os investidores às compras no mercado acionário brasileiro, que chegou a romper os 103 mil pontos. Já o dólar, no entanto, não conseguiu escapar do clima misto do exterior e fechou com alta de 1,02%, a R$ 5,3805.

Mercado de câmbio brasileiro tem sido influenciado por uma série de fatores, internos e externos. Foto: Reuters

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A possibilidade de que a tributária seja votada rapidamente ganhou força na sessão de hoje. É esperado que na próxima terça-feira o ministro da Economia, Paulo Guedes, leve pessoalmente o texto até o Congresso. As expectativas seguem altas para a aprovação das medidas que podem ajudar a melhorar o resultado do PIB do País nos próximos anos, segundo aponta o Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea)Além disso, os investidores também olham de perto a possível retomada da agenda de privatizações do governo.

Com o ambiente favorável o Ibovespa, principal índice de ações do mercado brasileiro, acelerou os ganhos no final do pregão e atingiu os 103.016,60 pontos na máxima do dia, uma alta de 2,4% - este é o maior nível intradia desde 4 de março. Com os resultados de hoje, a B3 acumula ganho de 2,86% na semana e de 8,24% no mês. No ano, ela perde 11,03%.

Entre os ganhos da sessão de hoje, estão Eletrobrás ON e PN, com alta de 14,35% e 11,84% cada, apoiadas pela possibilidade de privatização. Também subiram as ações dos bancos, com destaque para Banco do Brasil, com 3,08% e Bradesco, com 1,91%. No lado negativo, estão CVC, Azul e Gol, com 1,80%, 1,13% e 1,09% cada.

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Câmbio

O dólar teve nova semana de ganho, acumulando valorização de 1,10% nos últimos cinco dias, em sessões marcada por forte volatilidade. Em julho, porém, a moeda ainda cai 1,02%. Nesta sexta, pesou no câmbio o decepcionante resultado do índice de confiança do consumidor americano, que recuou de 78,1 em junho para 73,2 na leitura preliminar de julho.

Em uma cesta com as 15 divisas mais líquidas do mundo, incluindo moedas fortes, o real foi a mais volátil esta semana, com volatilidade implícita de 19%, seguida pelo rand da África do Sul (14%) e pelo coroa norueguesa (12%). Ainda hoje, o dólar para agosto fechou com alta de 1,03%, a R$ 5,3880. 

Bolsas do exterior

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O avanço do coronavírus nos Estados Unidos dominou o noticiário internacional, que acompanha atento a segunda onda de contaminações que acontece em solo americano. Na madrugada desta sexta, o país quebrou novo recorde ao registrar 75 mil novos casos da doença em apenas 24 horas. Além disso, os mercados também observam com temor o aumento da escalada de tensões entre China e EUA. Segundo o jornal Financial Times, a Casa Branca já considera banir o popular aplicativo Tik Tok, que é chinês. 

Com isso, o clima foi misto na Ásia, onde os ganhos foram mais contidos. Os chineses Xangai Composto e Shenzhen Composto tiveram altas modestas de 0,13% e 0,69%, enquanto o Hang Seng se valorizou 0,47% em Hong Kong. O sul-coreano Kospi subiu 0,80% e o Taiex ganhou 0,20% em Taiwan. Por lá, a exceção foi o japonês Nikkei, que caiu 0,32%. Na Oceania, a bolsa australiana também ficou no azul, com leve alta de 0,38%.

A incerteza também ditou o tom das Bolsas da Europa, que não se animaram mesmo com a possibilidade do Parlamento Europeu aprovar um fundo de 750 bilhões de euros para ajudar a atenuar os efeitos da pandemia nos mercados. Londres e Frankfurt  fecharam com ganhos de 0,63% e 0,35% cada, mas Paris recuou 0,31%. Também cedeu Madri, com 0,46%, mas subiram Milão e Lisboa, com 0,31% e 0,26%.

O resultado abaixo do esperado do índice de confiança do consumidor americano prejudicou o desempenho das Bolsas de Nova York, que terminaram o dia sem sentido único e com alguns ganhos modestos. O Dow Jones recuou 1,44%, o S&P 500 avançou 0,28% e o Nasdaq subiu 0,28%

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Petróleo

O avanço do coronavírus voltou a pesar no mercado de petróleo, que fechou em queda, frente ao temor de que a pandemia reduza drasticamente a demanda pela commodity. Além disso, também fica no radar a previsão negativa da Fitch Ratings para o PIB dos Estados Unidos, com uma possibilidade de retração de 5,6% para 2020. A informação preocupada, já que os americanos são um dos maiores consumidores do ativo.

Com isso, o WTI para setembro, referência no mercado americano, encerrou a sessão em queda de 0,44%, a US$ 40,75, e perda semanal de 0,15%. Já o Brent para o mesmo mês, referência no mercado europeu, caiu 0,53%, a US$ 43,14. Para esse contrato, a variação semanal foi de queda de 0,07%./MAIARA SANTIAGO, LUÍS EDUARDO LEAL E ALTAMIRO SILVA JÚNIOR

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