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Dólar cai e Bolsa avança após fala de presidente do BC dos EUA sobre corte de juros

Jerome Powell afirmou que ‘chegou a hora de ajustar a política monetária’ dos Estados Unidos; declaração deu impulso à busca por risco

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Por Redação
Atualização:

O presidente do Federal Reserve (Fed), Jerome Powell, foi direto ao ponto no início do seu discurso em Jackson Hole, nesta sexta-feira, 23, ao afirmar que “chegou a hora de ajustar a política monetária” dos Estados Unidos. Foi a senha para uma instantânea onda de busca por risco, que derrubou o dólar e os juros dos Treasuries (títulos de dívidas emitidos pelo governo norte-americano), ao mesmo tempo em que deu impulso às Bolsas de Valores.

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No Brasil, os ativos seguiram a tendência externa, com máximas na Bolsa e mínimas no dólar e em toda a extensão da curva de juros. O dólar renovou mínimas sequenciais até R$ 5,5156 (-1,34%) no mercado à vista, logo após a fala doo presidente do Fed. Às 11h50, o dólar à vista cedia 1,42%, a R$ 5,5096.

Às 11h46, o Ibovespa subia 0,80%, aos 136.258,02 pontos, ante elevação de 0,87% na máxima aos 136.346,50 pontos. De um total de 85 papéis, só oito caíam.

Ibovespa registrou alta e dólar caiu após fala do presidente do Banco Central americano Foto: Daniel Teixeira/Estadão

As bolsas de Nova York acentuaram ganhos e subiram cerca de 1%, enquanto investidores se ajustam à sinalização de que “chegou a hora de ajustar a política monetária”. Às 11h33 (de Brasília), o Dow Jones subia 0,95%, o S&P 500 ganhava 1,11% e o Nasdaq avançava 1,58%. O índice VIX, referência de volatilidade em Wall Street, despencava 7,29%, a 16,27 pontos.

Powell citou que há boa razão para crer que a inflação voltará à meta de 2%, em um cenário de mercado de trabalho forte e que o nível atual dos juros dá espaço ao Fed para responder a qualquer risco. Ele reforçou que o Fed seguirá fazendo “tudo o que pode” para apoiar o mercado de trabalho. Quanto à magnitude dos próximos cortes de juros — pergunta que o mercado vem se fazendo há semanas — Powell recorreu à cautela ao dizer que isso dependerá de novos números da economia e do balanço de riscos.

O mercado já vinha operando afinado a um discurso nessa mesma linha, ao repercutir a fala feita um pouco antes pelo presidente do Fed de Atlanta, Raphael Bostic. Ele sinalizou que o banco central americano está quase pronto para fazer cortes nos juros e demonstrou que mudanças na política monetária devem ser feitas antes mesmo de se chegar à meta de inflação de 2% ao ano.

Para completar o quadro propício ao afrouxamento monetário, o dirigente do Banco Central Europeu (BCE) e presidente do Banco de Portugal, Mario Centeno, disse que a decisão de juros da autoridade monetária em setembro será fácil, visto que haverá uma cesta de dados importantes para embasarem a escolha dos dirigentes, e que, se os indicadores caminharem como o esperado, a opção será por reduzir as taxas. Em entrevista, Centeno afirmou que os dirigentes do BCE têm demonstrado preocupação com o fraco crescimento da economia na zona do euro, e que é preciso tomar medidas para impulsionar a economia local.

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Enquanto isso, as vendas de moradias novas nos Estados Unidos saltaram 10,6% em julho ante junho, para o ritmo anual de 739 mil unidades, segundo o Departamento do Comércio do país. O resultado veio bem acima da expectativa de analistas consultados pela FactSet, que previam alta de 2,1% no período. Na comparação anual, as vendas de moradias novas tiveram expansão de 5,6% em julho./Com Silvana Rocha, Maria Regina Silva, André Marinho e Paula Dias

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