Hoje os mercados voltaram a comportar-se de maneira menos nervosa e as cotações recuaram para patamares mais realistas, embora ainda pessimistas. A expectativa de um acordo iminente com o Fundo Monetário Internacional (FMI) dominou os negócios, com os sinais dados pelas autoridades que negociam em Washington. O dólar comercial foi vendido a R$ 3,0100 nos últimos negócios do dia, em queda de 4,14% em relação às últimas operações de ontem, oscilando entre R$ 3,0000 e R$ 3,1300. Com o resultado dessa sexta-feira, o dólar acumula uma alta de 29,97% no ano e 4,08% nos últimos 30 dias. No mercado de juros, os contratos de DI futuro com vencimento em janeiro de 2003 negociados na Bolsa de Mercadorias & Futuros pagam taxas de 24,350% ao ano, frente a 25,200% ao ano ontem. Já os títulos com vencimento em julho de 2003 têm taxas de 27,500% ao ano, frente a 28,750% ao ano negociados ontem. A Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa) fechou em alta de 0,95% em 9852 pontos e volume de negócios de R$ 599 milhões. Com o resultado de hoje, a Bolsa acumula uma queda de 9,16% em 2002 e 27,44% em nos últimos 30 dias. Das 50 ações que compõem o Ibovespa - índice que mede a valorização das ações mais negociadas na Bolsa -, 18 apresentaram quedas. O principal destaque foram os papéis da Globocabo PN (preferenciais, sem direito a voto), com desvalorização de 10,42%. Quanto ao acordo com o FMI, as declarações de todos os lados dão a entender que há pressa por causa do nervosismo que se instalou no mercado brasileiro nessa semana. Não se espera a adesão dos candidatos à Presidência da República, mas houve sinais de que declarações pontuais mais amigáveis ao respeito aos contratos e metas de estabilidade econômica seriam bem-vindos, especialmente de Ciro Gomes (Frente Trabalhista), a exemplo do que fez o PT. Os detalhes do acordo é que trazem inquietações. O mercado tem muitas expectativas, e se o acerto for muito pequeno, especialmente, se não trouxer recursos novos, pode haver decepção e retomada do nervosismo. Outro ponto que merece atenção são as pesquisas de intenção de votos. Hoje foi divulgada pesquisa da Toledo e Associados, realizada há alguns dias, indicando empate técnico de Ciro (34%) e o candidato do PT, Luiz Inácio Lula da Silva (33%), com José Serra bem atrás (13%). Mas com as denúncias contra figuras centrais da campanha de Ciro, é possível que haja alguma reversão nas próximas sondagens. O debate na televisão entre os presidenciáveis no domingo também será observado com cuidado. E todos esperam o início do horário eleitoral gratuito, dia 20 de agosto, que define a disputa mais acirrada entre os candidatos, e em que Serra tem cerca de 40% do tempo. O mercado desconfia de Lula e Ciro, e a cada avanço de Serra reage com otimismo. Nessa etapa final da corrida presidencial, o quadro político deve reger os negócios. Mercados internacionais Em Nova York, o clima foi de alívio e recuperação. O Dow Jones - Índice que mede a variação das ações mais negociadas na Bolsa de Nova York - fechou em queda de 2,27% (a 8313,1 pontos), e a Nasdaq - bolsa que negocia ações de empresas de alta tecnologia e informática em Nova York - caiu 2,51% (a 1247,92 pontos). Às 18h, o euro era negociado a US$ 0,9870; uma queda de 0,03%. Na Argentina, o índice Merval, da Bolsa de Valores de Buenos Aires, fechou em baixa de 0,10% (357,43 pontos). Não deixe de ver no link abaixo as dicas de investimento, com as recomendações das principais instituições financeiras, incluindo indicações de carteira para as suas aplicações, de acordo com o perfil do investidor e prazo da aplicação. Confira ainda a tabela resumo financeiro com os principais dados do mercado.
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