O dólar subiu pelo quarto dia seguido nesta quinta-feira, aproximando-se de R$ 1,60 com a movimentação de investidores estrangeiros em meio à turbulência no mercado internacional. A moeda norte-americana subiu 0,89%, para R$ 1,5910. A alta acumulada pelo dólar nesta semana já alcança 1,98%. Agentes de mercado vêem a explicação para a valorização recente do dólar no ajuste de posições de investidores estrangeiros na Bolsa de Mercadorias & Futuros (BM&F). No final de julho, esses agentes estavam vendidos (que apostam na queda do dólar) em US$ 7,6 bilhões em derivativos cambiais - do qual boa parte era associado a operações de arbitragem com juro. O último dado disponível, no entanto, já colocava essas posições em apenas US$ 2,5 bilhões. "O pessoal está tirando dinheiro aqui e mandando lá para fora", disse Mario Battistel, gerente da Fair Corretora. "É uma situação de momento por causa do mercado instável". Nesta quinta-feira, as bolsas de valores em Nova York exibiam queda de cerca de 1%, abaladas pelo prejuízo da seguradora AIG e pela fraqueza das vendas da rede varejista Wal-Mart . O dólar também se valorizava ante outras moedas no exterior . Além disso, o termômetro de risco do mercado brasileiro exibia alta de 10 pontos-básicos no fim da tarde . A visão de Battistel, no entanto, é que a alta recente do dólar não marca uma tendência de longo prazo. "A hora que der uma acalmada lá fora, o real volta a se valorizar", disse, colocando a razão no alto nível do juro do Brasil. O Banco Central realizou um leilão de compra de dólares no mercado à vista na metade da sessão. Foi aceita somente uma das propostas divulgadas, segundo um operador, com taxa de corte de R$ 1,5878.
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