Dólar volta a subir e fecha a R$ 6,18 após alta das expectativas de inflação e juros

Avanço reflete a deterioração nas projeções de inflação e juros do mercado financeiro; moeda americana sobe 1,86%, em dia sem intervenção do Banco Central

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Por Redação
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Após a trégua da sexta-feira, o dólar voltou a subir nesta segunda-feira, 23. A moeda americana fechou em alta de 1,86%, cotada em R$ 6,1851. A percepção de que o cumprimento das metas fiscais nos próximos anos ficou mais distante após o Congresso diluir a proposta de ajuste fiscal apresentada pelo Poder Executivo provocou alta dos juros futuros e do dólar e queda do Ibovespa. Diferentemente do que aconteceu na semana passada, o Banco Central não realizou leilões para segurar a alta da moeda americana nesta segunda.

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O sentimento negativo apareceu nas projeções do Boletim Focus, com aumento das previsões para inflação, taxa Selic e câmbio. O real era a moeda de economia emergente com o pior desempenho ante o dólar, embora as demais também recuassem em relação à moeda americana.

Segundo o Focus, a mediana para a inflação dos próximos 12 meses passou de 4,68% para 4,89% — acima do teto da meta, de 4,5%. Um mês antes, era de 4,36%. Essa medida ganhou importância nas análises do mercado após a regulamentação da meta de inflação contínua, que valerá a partir de 2025. Para o ano que vem, o IPCA subiu de 4,60% para 4,84%. Há um mês a projeção era de 4,34%.

A moeda americana está em alta de 1,63%, cotada em R$ 6,17  Foto: FABIO MOTTA/ESTADÃO

A mediana para a taxa Selic no fim do ciclo de aperto monetário subiu 0,75 ponto porcentual, de 14,25% para 15%. Com isso, o consenso dos economistas é que os juros terão de subir ao nível mais alto desde 1º de junho de 2006, quando estavam em 15,25%.

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As projeções também pressionaram os juros futuros em quase 30 pontos-base. Além da nova rodada de piora nas expectativas para inflação, Selic e câmbio no Boletim Focus, houve ainda redução na previsão de crescimento do PIB em 2026, de 2,00% para 1,90%, após 71 semanas de estabilidade.

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