A taxação de grandes fortunas (IGF) e o Imposto de Renda (IR) são duas coisas totalmente diferentes, explica a colunista do Estadão Maria Carolina Gontijo, a Duquesa de Tax. O IR incide sobre o rendimento das pessoas, e é nesse contexto que o governo propõe a isenção para ganhos de até R$ 5 mil. Já para aqueles que recebem acima de R$ 50 mil, haverá a aplicação de um imposto mínimo sobre dividendos ou outros rendimentos, com um teto de até 10%.
“R$ 50 mil é muito dinheiro? Sim. Mas R$ 50 mil significa grandes fortunas? Não. Nesse caso, estamos falando da cobrança do Imposto de Renda (e não grandes fortunas). É essa diferença que as pessoas precisam aprender”, explica ela, no react Fala, Duquesa.
Segundo ela, isentar quem ganha até R$ 5 mil e aplicar um tributo mínimo para rendas acima de R$ 50 mil é uma medida de justiça tributária. “A tributação de Imposto de Renda é elevada em muitos países, mas nem todos têm impostos sobre grandes fortunas”, destaca.
Segundo ela, a ideia de criar um tributo sobre grandes fortunas é péssima. “O próprio ministro (da Fazenda, Fernando Haddad) concorda que tem muitos problemas. Alguns países têm a cobrança sobre grandes fortunas, mas nem sempre essa cobrança consegue trazer exatamente o dinheiro que a gente tá pensando.” No final, diz ela, o governo acaba investindo muito, tendo de fazer mais fiscalizações e não arrecada o dinheiro que se espera.

Além disso, em geral, os super-ricos têm dificuldade de encarar o Fisco. “Ninguém gosta de pagar imposto e isso é uma coisa inerente ao ser humano. A questão é que os super-ricos conseguem pagar super profissionais para poder não pagar determinado imposto de forma lícita. É por isso que um imposto sobre grandes fortunas não funciona.”
Programa
Todas as quintas-feiras, às 9h30, a Duquesa de Tax faz reacts (comentários sobre outros vídeos ou entrevistas) do noticiário econômico no Estadão. Além disso, tem o programa semanal Não vou passar raiva sozinha. Os vídeos inéditos vão ao ar sempre às segundas-feiras, às 9h30, para assinantes do Estadão. Cortes do programa são distribuídos ao longo da semana nas redes sociais e na Rádio Eldorado. A atração também tem uma versão em podcast.
Ela também terá um programa para responder dúvidas dos leitores sobre impostos, macroeconomia e reforma tributária.
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