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Economistas criticam ‘vaivém’ na comunicação do Banco Central em reunião com diretores

Em encontro nesta segunda, economistas do mercado financeiro consideraram que falas públicas dos diretores da autoridade monetária precisam de ‘maior alinhamento’

Economistas do mercado financeiro que se reuniram com diretores do Banco Central na manhã desta segunda-feira, 2, criticaram as comunicações recentes de membros do Comitê de Política Monetária (Copom), avaliando que as falas públicas dos diretores da autoridade monetária precisam de “maior alinhamento”.

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Um dos economistas presentes ao encontro disse ao Estadão/Broadcast, sob a condição de anonimato, que o tom geral foi de muita crítica à comunicação do BC. Uma parte dos presentes afirmou que os diretores do BC estão muito expostos e falando muito, enquanto outra parte cobrou algum alinhamento nas falas.

A avaliação dos presentes, no geral, foi de que a ata da reunião de setembro do Copom veio bastante hawkish, mas que, após a divulgação do documento, falas públicas do diretor de Política Monetária, Gabriel Galípolo, reforçaram esse tom mais duro, ao mesmo tempo que o presidente do BC, Roberto Campo Neto, teria feito declarações mais “suaves” sobre os próximos passos da política monetária.

Maioria dos presentes na reunião desta manhã no BC trabalha com um cenário de elevação de 0,25 ponto porcentual na taxa Selic em setembro Foto: Jonas Pereira/Agência Senado

As críticas levadas pelo mercado ao BC na reunião fazem eco a declarações de ex-diretores da autarquia, que, em evento da XP Investimentos, na última sexta-feira, também consideraram que a comunicação recente da autoridade monetária estaria “confusa”.

Outro analista presente na reunião, e que também falou sob a condição de anonimato, afirmou que houve uma crítica no sentido de que o BC estava com dificuldade de fazer a comunicação. A ata da última reunião foi bastante clara e objetiva, segundo esse analista, mas os discursos de diversos diretores acabaram trazendo ruídos e dificultando a leitura dos economistas sobre os próximos passos da política monetária e o que tem mais relevância para as decisões do Copom.

A maioria dos presentes na reunião desta manhã trabalha com um cenário de elevação de 0,25 ponto porcentual na taxa Selic em setembro, de acordo com um dos relatos ouvidos. Segundo outro economista, porém, houve, durante a reunião, comentários para ambos os lados, no sentido de que uma manutenção do juro em 10,5% também seria tecnicamente “justificável”.

Para um dos economistas, a parte dos presentes na reunião que dá como certa uma alta de 0,25 ponto na Selic em setembro atribui esse cenário à necessidade de haver coerência com falas recentes de Gabriel Galípolo e que agora “é preciso entregar” a elevação no juro básico.

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A reunião aconteceu na sede do Banco Central em São Paulo, na Avenida Paulista, entre as 9h30 e as 11h, e contou com a participação dos diretores de Política Econômica, Diogo Guillen, e de Assuntos Internacionais e Gestão de Riscos Corporativos, Paulo Picchetti.

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