Fundadora da Theranos é sentenciada a 11 anos de prisão por fraudes

Elizabeth Holmes já havia sido condenada em janeiro deste ano sob acusação de enganar investidores privados da start-up de biotecnologia que comandava

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Por Redação
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A fundadora da start-up Theranos, Elizabeth Holmes, foi sentenciada nesta sexta-feira, 18, a 11 anos e três meses de prisão por um tribunal federal na Califórnia, nos Estados Unidos, por fraudes contra investidores. Ela já havia sido condenada em janeiro deste ano em quatro das 11 acusações a que respondia e aguardava uma sentença final.

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O juiz Edward Davila, de San Jose, determinou ainda que ela seja supervisionada por mais três anos após ser solta. Holmes, que está grávida de seu segundo filho, deve começar a cumprir a pena a partir de abril do próximo ano. Durante o julgamento, ela afirmou amar a empresa que fundou e se disse “devastada” por seu fracasso. “Eu me arrependo de minhas falhas com todas as células do meu corpo”, afirmou. Sua defesa deve recorrer da sentença.

A Theranos foi fundada em 2003, quando Holmes tinha apenas 19 anos, com a promessa de revolucionar os exames laboratoriais com equipamentos supostamente capazes de fornecer diagnósticos rápidos, a partir de poucas gotas de sangue. A iniciativa atraiu investidores, mas a tecnologia não funcionou como prometido, como revelou em 2015 o jornal The Wall Street Journal.

Elizabeth Holmes, fundadora da Theranos, é acusada de fraude Foto: Nic Coury/AP

Holmes, atualmente com 38 anos, foi acusada de enganar investidores privados entre 2010 e 2015 e de mentir a pacientes sobre a precisão dos testes. Secretamente, os exames eram feitos pela empresa por meio de equipamentos convencionais. Além de uma pena de 15 anos de prisão, os promotores pediram que ela fosse obrigada a devolver US$ 800 milhões.

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Durante o julgamento, a acusação alegou que ela obteve fama e admiração com base nas fraudes realizadas pela empresa, e não por ganhos financeiros. Ela chegou a ser chamada por publicações especializadas de a “nova Steve Jobs”, em referência ao fundador da Apple. Já a defesa argumentou que ela não tinha iates, aviões ou mansões e que investiu em tecnologia.

A história de Holmes, uma ex-aluna da Universidade Stanford que chegou a figurar nas listas das pessoas mais ricas dos Estados Unidos, foi contada no livro “Bad Blood: Fraude Bilionária no Vale do Silício”, do jornalista John Carreyrou, e na série The Dropout, que estreou em março no serviço de streaming Star+.

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