O mundo vai mal. O Brasil vai mal. O ser humano vai mal. Pandemia que não acaba, varíola do macaco, dengue, sarampo, doenças sexualmente transmissíveis, câncer, guerra, acidentes de trânsito, calor, frio, fome, sede, miséria. Este é o cenário do planeta, todos estão atolados até o pescoço e os prognósticos não indicam melhora no curto prazo.
Ao contrário, a inflação internacional está em patamares poucas vezes vistos, o euro está na sua menor paridade com o dólar, o petróleo, neste momento, está relativamente controlado, mas se fala em até duzentos dólares o barril.
A guerra da Ucrânia está comprometendo o abastecimento de alimentos em vários países. Os custos de produção podem comprometer as margens dos agricultores. A falta de modais de transporte encarece as mercadorias. A falta de processadores coloca em risco a indústria automobilística. O desemprego, o subemprego, a miséria e a fome assombram o planeta.
Para quem acha que está de bom tamanho, as mudanças climáticas estão aí. Depois de cobrarem caro do Brasil, se abatem sobre a América do Norte e a Europa com a sem cerimônia de quem quer transformar os campos da França num novo Saara.
Há pouco que o ser humano possa fazer, mas, entre as ações possíveis, está com certeza a elevação dos preços dos seguros, tanto faz se o país em que ele é comercializado contribuiu ou não para o resultado ruim das seguradoras e resseguradoras.
O setor de seguros brasileiro atravessa um momento complicado. Vários setores econômicos não estão encontrando cobertura para seus riscos. As taxas, de forma geral, estão mais caras. A aceitação de riscos está mais restritiva. E o aumento da sinistralidade não está colaborando para melhorar o quadro.
Como se não bastasse, a piora dos resultados no mundo vai encarecer mais os seguros no País. Os grupos seguradores internacionais não têm qualquer pudor em aumentar todas as suas taxas para manter o mais baixo possível as taxas dos países mais interessantes para eles.
Tanto faz se é justo ou injusto, a vida não foi criada para ser fácil, foi criada para ser vida. A regra do jogo é essa, os inocentes pagam pelos culpados, se for mais interessante negociar com os culpados.
Então, não tem o que fazer? Esse é o “xis” da questão. Quanto maiores as dificuldades, maiores os desafios, maiores as oportunidades e maiores as recompensas. Quem encarar a crise como o grande momento para dar certo e se preparar para ele tem todas as chances de se sair bem. Afinal, com crise ou sem o Brasil continuará contratando seguros.
Para os corretores de seguros é a hora de se consolidarem e desenvolverem soluções que realmente atendam os segurados. As apólices brasileiras, por várias razões, nem sempre oferecem a melhor garantia.
Quem se dispuser a mudar o quadro e individualizar os seguros tem tudo para dar certo. É difícil, mas com as ferramentas de TI é possível redesenhar a forma de fazer negócios. A alternativa é continuar marcando passo.
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