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Empresários de serviços querem formar bloco com Tarcísio para adiar votação da reforma tributária

Representantes do setor vão se reunir com o governador de SP nesta sexta-feira; Estado é contra o Conselho Federativo a ser criado pela reforma

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Foto do author Mariana Carneiro
Atualização:

BRASÍLIA – Representantes das empresas de serviços vão procurar o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), para formar um bloco de pressão pelo adiamento da votação da reforma tributária, prevista para julho, antes do recesso parlamentar.

Os empresários querem se unir a esse movimento de resistência. “Estamos fazendo um bloco maior. Inclusive com Estados”, disse ao Estadão a presidente da Federação Nacional de Call Center, Instalação e Manutenção de Infraestrutura de Redes de Telecomunicações e de Informática (Feninfra), Vivien Mello Suruagy. Segundo ela, uma reunião está marcada nesta sexta-feira, 30, com o governador. A assessoria do governador, porém, ainda não confirmou o encontro.

Como antecipou o Estadão, o governador paulista deve se reunir com parlamentares da bancada do Estado nesta sexta-feira na tentativa de pressionar o relator da proposta na Câmara, Aguinaldo Ribeiro (PP-PB). Entre os participantes do encontro com Tarcísio estão os presidentes das associações como as de refeições coletivas, festas e eventos, contabilistas, hotéis, restaurantes e turismo.

Tarcísio de Freitas deve se reunir com parlamentares da bancada paulista nesta sexta-feira na tentativa de pressionar o relator da proposta na Câmara, deputado Aguinaldo Ribeiro. Foto: Isadora de Leão Moreira / Governado do Estado de SP

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O Estado de São Paulo é contra o Conselho Federativo, colegiado que vai gerir o Imposto sobre Bens e Serviço (IBS), imposto sobre valor agregado que será criado com a reforma tributária e substituirá o ICMS (dos estados) e o ISS (dos municípios). O mais rico Estado do País, São Paulo teme perder autonomia.

Além de São Paulo, Rio, Goiás, Roraima, Acre, Maranhão, Ceará, Amapá, Pará e Rondônia são contra o conselho e poderiam engrossar o coro dos descontentes.

“É importante que não haja aumento de tributos para nenhum setor sob risco de quebra de empresa e demissões de trabalhadores”, diz Vivien. Na sua avaliação, não dá para aprovar a reforma sem apresentação dos números do impacto das mudanças na carga tributária dos setores, “confiando que depois o resto será favorável”.

“Agora não dá para votar”, afirma a empresária, que atua em Brasília também para buscar apoio dos parlamentares. Entre os setores que que querem adiamento estão: Refrigeração e Ar Condicionado; Refeição Coletiva; Festas e Eventos, Contabilistas, Turismo, Hotelaria, Restaurante e Turismo, Central Brasileira de Serviços, Limpeza, Asseio e Conservação, Trabalho Temporário e Mão de Obra Terceirizada, Médicos, Escolas Particulares, Instalação, Telesserviços e Hospitais.

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Ofensiva

Segundo o presidente da Cebrasse (Central Brasileira do Setor de Serviços), João Diniz, o governo paulista convidou os empresários a participar do encontro de Tarcísio com a bancada de deputados federais de São Paulo para falar da reforma.

“A reunião com a bancada já estava programada e nós fomos encaixados”, disse. “O Executivo nos convidou devido aos pleitos por audiência que fizemos no passado”.

Diniz afirma que o movimento de crítica à reforma está crescendo. “Governadores e empresários estão acordando para o impacto financeiro, para a loucura do que é essa transição e para a inconstitucionalidade na questão federativa”, afirma.

Para ele, a proposta de reforma inverte a lógica econômica, ao beneficiar os setores financeiro e industrial e prejudicar os serviços, comércio e agronegócio.

“É mentira que o setor de serviços será beneficiado. A carga tributária vai aumentar para os serviços intensivos em mão de obra. Chega a ser curioso que o Partido dos Trabalhadores esteja patrocinando uma reforma que sacrifica o emprego em detrimento de setores altamente robotizados. A indústria e os bancos não empregam; os serviços, sim”, disse.

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