9 em cada 10 empresas nos EUA vão priorizar práticas ESG, mas motivos não são tão nobres; entenda

Estudo da consultoria KPMG avalia que pressão regulatória vai levar companhias a contratar e treinar funcionários em temas ambientais, sociais e de governança, além de investir em softwares

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Por Redação
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BLOOMBERG - Apesar da recente reação contrária ao ESG (sigla para práticas ambientais, sociais e de governança) nos EUA, muitas empresas - cerca de 90% em uma pesquisa da KPMG - planejam dedicar mais recursos financeiros ao ESG nos próximos três anos.

Cerca de 43% dos entrevistados pela KPMG pretendem contratar mais funcionários para se dedicar a questões ligadas a práticas ambientais, sociais e de governança, enquanto aproximadamente 40% planejam investir em software específico de ESG e 38% pretendem treinar ou educar os funcionários nesses assuntos, de acordo com a pesquisa.

ESG é a sigla para práticas ambientais, sociais e de governança  Foto: Andre Dib / EFE

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A maioria das grandes empresas está avançando com planos para aprimorar seus recursos de ESG, mesmo quando quase duas dúzias de Estados americanos liderados por republicanos estão aprovando legislação anti-ESG. No Texas, por exemplo, agora é ilegal que algumas entidades associadas ao Estado, como fundos de pensão, invistam em fundos ESG.

“O principal motivo no momento é realmente a pressão regulatória”, disse Maura Hodge, Líder de Auditoria ESG da KPMG nos EUA, referindo-se ao aumento do interesse em ESG. As regulamentações estão forçando as empresas a “injetar em seus relatórios de sustentabilidade o mesmo nível de rigor que é exigido dos relatórios financeiros”, disse ela.

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Pouco mais de três quartos dos 550 membros do conselho, executivos e gerentes pesquisados globalmente pela KPMG disseram que suas organizações estão planejando reestruturar as equipes com foco em ESG. Algumas empresas - cerca de 24% - estão até mesmo planejando aumentar significativamente a incorporação de ESG em funções “não ESG”, enquanto 59% esperam aumentar moderadamente o ESG nessas posições.

“Historicamente, os relatórios de sustentabilidade têm sido elaborados por um grupo muito pequeno de pessoas com poucos recursos”, disse Hodge. Agora, à medida que os requisitos evoluem, “a quantidade de esforço e rigor que precisa ser aplicada aos relatórios mudou substancialmente”, disse ela.

Na Europa, as ofertas de emprego que incluem o termo ESG aumentaram, de acordo com um relatório recente do Jefferies Financial Group Inc. Em contrapartida, os dados de emprego rastreados pela Live Data Technologies constataram que as saídas de empregos de ESG superaram as entradas durante metade dos meses do ano passado, marcando a reversão de uma tendência de vários anos, de acordo com o Wall Street Journal. As maiores saídas do setor ocorreram em gigantes da tecnologia, incluindo Meta Platforms Inc., Amazon.com Inc. e Google, da Alphabet Inc., informou o Journal.

Embora os relatórios de ESG estejam se tornando mais comuns, quase metade das empresas pesquisadas afirmam que ainda dependem de planilhas antiquadas para gerenciar seus dados, disse a KPMG. Isso pode ter de mudar, já que a maioria das grandes empresas planeja aumentar seus investimentos em software relacionado à sustentabilidade e em recursos de força de trabalho nos próximos anos.

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“O maior desafio que as empresas terão com o uso de relatórios em planilhas é conseguir acelerar a geração de relatórios dentro do prazo exigido pela regulamentação”, disse Hodge.

Além de atender aos requisitos de conformidade, a pesquisa constatou que muitas empresas também consideram a criação de recursos de ESG como uma ferramenta fundamental para melhorar o desempenho organizacional. De acordo com a KPMG, o aprimoramento das capacidades de gerenciamento e geração de relatórios de dados de ESG é visto como a melhor maneira de melhorar a integração das metas de sustentabilidade com os objetivos gerais de negócios.

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