Embora o discurso das empresas na pandemia tenha se voltado para o ESG – sigla para preocupações ambientais, sociais e de governança –, não é o que as agências de publicidade têm sentido na prática. Isso porque o período de isolamento não tem sido fácil para os profissionais de publicidade, segundo comunicado conjunto da Federação Nacional das Agências de Propaganda (Fenapro), Associação Brasileira de Agências de Publicidade (Abap) e Associação Brasileira dos Agentes Digitais (Abradi).
As três entidades anunciaram, em comunicado, uma “ação coordenada” para discutir e alertar o mercado sobre o impacto que o excesso de demandas da parte dos clientes está causando sobre as equipes das agências, em função dos pedidos em prazos exíguos e inviáveis, fora do horário útil, destacadamente a partir da pandemia.
“As agências têm sido pressionadas para desenvolver um número de ações para entrega em prazos da noite para o dia, que se acentuaram com a pandemia. O trabalho se intensificou sob todos os aspectos, devido à dinâmica mais intensa das ações online, enquanto, paradoxalmente, houve uma redução da remuneração dos clientes nesse período, gerando um desequilíbrio nas condições para o atendimento”, alerta Daniel Queiroz, presidente da Fenapro.
“As solicitações passaram a chegar via WhatsApp diretamente para as equipes, com prazos muito curtos, inclusive para ações complexas”, diz Queiroz. Segundo ele, esse tipo de exigência afeta as equipes, com aumento de estresse. As entidades dizem que, no momento, a solução atingiu um “ponto insustentável”.
“É preciso a cooperação de todas as partes para se manter não só o equilíbrio dos contratos e se buscar um ponto de equilíbrio das demandas, mas, principalmente, para se preservar a saúde mental das equipes”, diz o comunicado.
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