O governo espanhol afirmou hoje que lamenta a decisão da Bolívia de nacionalizar unidades do grupo espanhol Iberdrola e destacou a importância de "segurança jurídica" para investidores estrangeiros."A segurança jurídica é um requisito fundamental para todo o investimento estrangeiro na Bolívia", disse o ministro da Indústria espanhol, José Manuel Soria, ao jornal ABC. "Lamento essa decisão, tomada sem notificar as autoridades espanholas, que foram surpreendidos pelas medidas", afirmou.O ministério das Relações Exteriores da Espanha também emitiu um comunicado lamentando a iniciativa.Ontem, o presidente da Bolívia, Evo Morales, nacionalizou duas empresas distribuidoras de energia elétrica da companhia espanhola Iberdrola, em uma cerimônia pública. Morales emitiu um decreto que autoriza a tomada de controle acionário da Empresa de Electricidad de La Paz (Electropaz) e da Empresa de Luz y Fuerza de Oruro (Elfeo), que fornece eletricidade no departamento de Oruro, na região andina do país. Em cerimônia no palácio de governo, Evo também anunciou a expropriação de uma empresa de investimentos e de uma provedora de serviços que igualmente pertencem à gigante espanhola da eletricidade na Bolívia.Evo disse que foi "forçado a tomar esses passos" para garantir que o fornecimento de energia permaneça "igual" nas regiões de La Paz e Oruro. Soldados ocuparam as instalações das empresas distribuidoras, que foram marcadas com cartazes nos quais se lê: "Nacionalizada".O decreto firmado por Evo também prevê que a Iberdrola receba indenização pelas duas companhias, após uma auditoria independente ser contratada e em 180 dias fazer um estudo para avaliar os preços das ações das duas empresas nacionalizadas. As informações são da Associated Press e da Dow Jones.
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