Estudo mostra que calote ganha força no Norte e no Nordeste

Para Serasa Experian, cenário reflete aumento do desemprego e queda da renda na camada mais pobre da população

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Foto do author Márcia De Chiara
Entre as 9 capitais com os maiores índices de inadimplência, em 7 delas o rendimento está entre os 10 piores do País Foto: Divulgação

Das dez capitais do País com maior parcela de brasileiros inadimplentes, nove são das Regiões Norte e Nordeste, que registram os maiores índices de pobreza e desemprego e os menores rendimentos recebidos pelas pessoas ocupadas. A influência da alta do desemprego e da queda na renda no aumento do calote do consumidor, algo que parece intuitivo, foi comprovada num estudo feito pela Serasa Experian, empresa especializada em informações financeiras.

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O estudo relacionou a taxa de inadimplência do consumidor, calculado pela Serasa Experian, em cada uma das 27 capitais dos Estados, com o índice de desemprego e a renda média mensal dos trabalhadores, ambos indicadores apurados pela Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílio (Pnad Contínua) do IBGE no trimestre outubro/ dezembro de 2015. A principal conclusão é que, na maioria dos casos, quanto maior o desemprego e menor o rendimento, mais alto é o índice de inadimplência do consumidor.

O estudo mostra que, entre as 9 capitais com os maiores índices de inadimplência, em 7 delas o rendimento está entre os 10 piores do País. Cinco dessas capitais têm as taxas de desemprego mais altas. Luiz Rabi, economista responsável pelo estudo, pondera que outras variáveis também influenciam a inadimplência, como o nível educacional e questões de saúde, além de aspectos culturais. "Mas o estudo não considerou essas outras variáveis e o objetivo foi fazer uma análise mais macroeconômica", explica.

Quem liderou a lista com a maior taxa de inadimplência, 38,1%, foi Manaus, que tinha no último trimestre de 2015 a sexta maior taxa de desemprego (11,1%) entre as capitais analisadas e o décimo menor rendimento médio mensal (R$ 2.020), nas mesmas bases de comparação. "A crise atual afeta, principalmente, os consumidores mais pobres, que não têm uma poupança para enfrentar períodos de dificuldade. Eles vivem da mão para a boca", observa Rabi. Por isso, argumenta o economista, os indicadores de alta de calote, de avanço do desemprego e de queda na renda têm forte relação. E as capitais dos Estados do Norte e do Nordeste do País lideram o ranking de inadimplência do consumidor porque concentram grande parte da população mais pobre.

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Em contrapartida, o estudo mostra que Florianópolis ocupa a última posição no ranking do calote (22,3%), com uma das menores taxas de desemprego (5,9%) e um dos maiores rendimentos mensais dos ocupados (R$ 2.962).

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