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EUA: Fed mantém taxa de juros entre 5,25% e 5,50% pela sétima vez seguida

Patamar da taxa básica de juros americana é o maior desde 2001; manutenção já era esperada pelo mercado

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Por Redação
Atualização:

O Federal Reserve, banco central dos Estados Unidos, decidiu nesta quarta-feira, 12, em decisão unânime, manter inalterada a taxa básica de juros americana, no intervalo de 5,25% a 5,50% ao ano. É a sétima decisão consecutiva do Comitê Federal de Mercado Aberto (Fomc, na sigla em inglês) pela manutenção. Os juros no país permanecem no maior patamar desde 2001. A decisão já era esperada por analistas.

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O presidente do Fed, Jerome Powell, afirmou que a inflação nos Estados Unidos arrefeceu de maneira substancial no último ano, mas permanece muito elevada. Em entrevista à imprensa após a decisão, ele reforçou que a instituição segue focada em atuar para retornar a inflação de volta à meta de 2%. Segundo Powell, a inflação veio mais alta que o esperado no começo do ano, mas os dados de meses mais recentes apontam para uma desaceleração.

O órgão avaliou que não seria apropriado reduzir os juros até que se tenha confiança em relação à convergência da inflação à meta. No comunicado, o Fed afirmou que, para avaliar a postura adequada da política monetária, seguirá monitorando os indicadores.

“O comitê estaria preparado para ajustar a postura da política monetária, conforme apropriado, se surgirem riscos que possam impedir o alcance dos objetivos do comitê. As avaliações considerarão uma ampla gama de informações, incluindo leituras sobre as condições do mercado de trabalho, pressões inflacionárias e expectativas de inflação, e desenvolvimentos financeiros e internacionais”, diz.

Manutenção dos juros nos EUA já era esperada por analistas Foto: Sarah Silbiger/Reuters

O documento também destacou que busca alcançar o pleno emprego e uma inflação à taxa de 2% no longo prazo. “O comitê julga que os riscos para alcançar seus objetivos de emprego e inflação têm se movido para um melhor equilíbrio ao longo do último ano. O panorama econômico é incerto e o comitê permanece altamente atento aos riscos inflacionários”, afirma.

A autoridade monetária ressalta que os indicadores recentes sugerem que a atividade econômica continuou a se expandir a um ritmo sólido, com ganhos de emprego fortes e a taxa de desemprego se mantendo baixa.

O comunicado traz mudanças bastante modestas em relação ao anterior, de 1° de maio. Na comparação entre os dois documentos, destaca-se apenas a alteração no primeiro parágrafo do que era uma menção à “falta” de mais progressos rumo à meta de inflação de 2% para um “modesto” progresso nessa frente. Além disso, o comunicado teve cortado um parágrafo pelo qual o Fed anunciava que começaria em junho a desacelerar o ritmo do recuo de seu balanço, entre outros detalhes sobre esse ajuste nas suas operações anunciados no início de maio.

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Previsão de cortes

Dentre os 19 dirigentes presentes na reunião desta semana, 15 esperam que os juros básicos cheguem ao fim de 2024 em um nível menor que o atual. Do total, oito autoridades esperam que a taxa básica seja reduzida em 50 pontos-base (0,50 ponto porcentual) até o fim do ano, e outras sete projetam redução de 25 pontos-base (0,25 pp.). Além deles, quatro preveem que os juros vão permanecer no patamar atual.

A leitura desta quarta representa um recrudescimento da visão dos dirigentes, visto que na reunião de 20 de março apenas dois dirigentes previam juros estáveis no fim deste ano, e a visão majoritária dos votantes era de que as taxas seriam cortadas pelo menos em 75 pontos-base (0,75 pp.).

Para o fim de 2025, nove dirigentes preveem que os juros terminarão o ano entre 4,0% e 4,25%; outros quatro esperam que as taxas fiquem entre 4,25% e 4,5%. Quatro dirigentes esperam que o patamar de juros fique abaixo dos 4%; e um dirigente prevê que os juros ficarão no mesmo nível de hoje, entre 5,25% e 5,50%.

Já ao fim de 2026, a visão hegemônica, de sete dirigentes, é a de que as taxas ficarão entre 3,0% e 3,25%. Outros três dirigentes esperam juros entre 3,25% e 3,50%, e três esperam entre 3,50% e 3,75%. Quatro banqueiros centrais visualizam as taxas abaixo de 3%; e apenas dois esperam os juros acima de 4% em 2026.

Índice de preços estável

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O índice de preços ao consumidor (CPI, na sigla em inglês) dos Estados Unidos ficou estável em maio ante abril, segundo dados com ajustes sazonais publicados nesta quarta-feira, 12, pelo Departamento do Trabalho. O resultado veio abaixo da mediana de analistas consultados pelo Projeções Broadcast, de alta de 0,1%.

Apenas o núcleo do CPI, que exclui os voláteis preços de alimentos e energia, subiu 0,2% na comparação mensal de maio, igualmente abaixo do consenso do mercado, de acréscimo de 0,3%.

Na comparação anual, o CPI dos EUA subiu 3,3% em maio, desacelerando levemente frente ao aumento de 3,4% de abril. Já o núcleo do CPI teve incremento anual de 3,4% no mês passado, perdendo força ante o acréscimo de 3,6% de abril.

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As leituras anuais do CPI em maio ficaram abaixo das expectativas, de +3,4% para o índice cheio e de +3,5% para o núcleo./Com André Marinho, Eliane Sobral, Fernanda Trisotto, Francine de Lorenzo, Gabriel Bueno da Costa, Gabriel Tassi Lara e Leandro Silveira

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