EUA: Fed mantém taxa de juros entre 5,25% e 5,5% pela terceira vez consecutiva

Anúncio feito pelo banco central americano nesta quarta-feira, 13, seguiu a expectativa do mercado financeiro

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Por Redação
Atualização:

O Federal Reserve, banco central dos Estados Unidos, anunciou nesta quarta-feira, 13, a manutenção de sua Fed Funds, a taxa básica de juros americana, que se manteve no patamar de 5,25% a 5,50% ao ano pela terceira vez consecutiva.

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A decisão, unânime, seguiu a expectativa do mercado financeiro, que apostava mais uma vez na manutenção da taxa de juros. O monitor de juros do CME Group apontou que uma fatia de 98,2% do mercado acreditava na decisão monetária tomada nesta quarta, que postergou uma possível retomada do ciclo de alta apenas para 2024.

Desde março de 2022, a instituição elevou sua Fed Founds 11 vezes para conter os avanços da inflação crescente no país e estabilizar a economia norte-americana.

Federal Reserve anunciou decisão sobre taxa de juros nesta quarta-feira, 11. Foto: LM Otero/AP Photo

No comunicado que acompanha a decisão, o Comitê Federal de Mercado Aberto (Fomc, na sigla em inglês) do Federal Reserve destaca que está fortemente comprometido em atingir o nível máximo de emprego e de retornar a inflação à taxa de 2% ao longo prazo. Ainda, indica que irá considerar os efeitos defasados das taxas e a inflação, bem como os fatores econômicos e financeiras para determinar a extensão de um eventual reforço adicional da política monetária.

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“O Comitê está preparado para ajustar a orientação da política monetária conforme apropriado, caso surjam riscos que possam impedir o alcance dos objetivos”, indica comunicado. Além disso, o Comitê ressalta que seguirá reduzindo as suas participações em títulos do Tesouro, dívida de agências e títulos garantidos por hipotecas de agências. Ainda, para determinar sua política monetária, o FOMC considerará informações incluindo o mercado de trabalho, pressões inflacionárias e expectativas, assim como desenvolvimentos financeiras e internacionais.

A instituição ainda afirmou que os dados recentes demonstram que houve desaceleração da atividade econômica no terceiro trimestre. Segundo o documento, os ganhos de emprego moderaram desde o início do ano, mas permanecem fortes, e a taxa de desemprego permaneceu baixa. A inflação diminuiu ao longo do ano, mas segue elevada, apontou o banco central.

Já o sistema bancário americano continua resiliente e seguro, na visão dos dirigentes. Condições financeiras e de crédito mais apertadas para famílias e emprego deverão pesar sobre inflação, atividade e contratações, afirma o Fed. A extensão desses efeitos continua incerta, pontua. O Comitê ressalta que continua “altamente atento a riscos inflacionários”.

O presidente do Fed, Jerome Powell, afirmou que o Fomc está agindo cautelosamente e que as próximas decisões de juros serão tomadas com base nos dados. Ao avaliar o desempenho da economia dos EUA, ele disse que indicadores mostram um abrandamento substancial do ritmo de crescimento após o ritmo super forte no terceiro trimestre.

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“Os dados mais baixos da inflação ao longo dos últimos meses são bem-vindos, mas precisaremos de mais evidências para aumentar a confiança de que a inflação está se reduzindo de forma sustentável em direção ao nosso objetivo”, explicou.

Segundo ele, a política monetária dos EUA está em um território bem restritivo e o caminho à frente ainda segue “incerto”. O efeito integral do aperto monetário ainda será sentido, disse.

Powell afirmou ainda que o mercado de trabalho segue apertado nos EUA, mas que a oferta e a demanda continuam se equilibrando. “Os dirigentes do Fomc esperam que o reequilíbrio do mercado de trabalho continue a aliviar as pressões ascendentes sobre a inflação”, concluiu.

Ele disse ainda que os juros nos Estados Unidos já chegaram ou estão bem perto do pico. “Acreditamos que a nossa taxa provavelmente está no seu pico ou perto dele neste ciclo de aperto”, afirmou.

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Powell sinalizou que os juros podem subir mais se necessário, ao contrário do que Wall Street vem precificando, da queda das taxas no próximo ano. “Estamos preparados para apertar ainda mais a política, se for apropriado. Estamos empenhados em alcançar uma orientação da política monetária que seja suficientemente restritiva para reduzir a inflação de forma sustentável para 2% ao ano ao longo do tempo, e em manter a política restritiva até estarmos confiantes de que a inflação está no caminho desse objetivo”, reforçou.

Segundo ele, os dirigentes da autoridade estão “agudamente” cientes de que inflação é uma “dificuldade econômica” e que farão o necessário para assegurar estabilidade de preços e pleno emprego. Ele reiterou o compromisso de levar a inflação nos EUA à meta de 2% ao ano, mas alertou que esse processo “levará algum tempo”.

Novo aumento

Com a pressão que os aumentos consecutivos causaram na economia, há uma ampla expectativa de que o ciclo de alta seja paralisado até a metade do próximo ano, com a economia incapaz de sustentar o ritmo de alta que mostrou na última leitura do PIB do país.

Segundo o CME Group, haverá a manutenção da taxa até março de 2024, quando a probabilidade majoritária (61,3%) é de corte nos juros. A partir deste mês, o mercado precifica maior probabilidade (30,1%) de um relaxamento monetário mais agressivo de 1,25 ponto porcentual até dezembro de 2024, que levaria as taxas ao intervalo de 4% a 4,25% ao ano./Aline Bronzati, André Marinho, Francine De Lorenzo, Gabriel Tassi Lara, Maria Lígia Barros, Natália Coelho e Matheus Andrade.

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