EUA elevam juros em 0,25 ponto porcentual e sinalizam pausa em aperto da política monetária

O Fed, banco central americano, anunciou que elevou a taxa básica para a faixa entre 5% e 5,25% ao ano

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Por Redação
Atualização:

O Federal Reserve (Fed, o banco central americano) anunciou nesta quarta-feira, 3, que elevou a taxa dos Fed Funds, a taxa básica americana, em 0,25 ponto porcentual, para a faixa entre 5% e 5,25% ao ano, em comunicado pós-reunião de política monetária. A decisão, unânime, resultou na décima alta consecutiva dos juros no país e no maior nível da taxa desde 2007.

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O Fed ainda elevou taxa de juros paga sobre saldo de reserva para 5,15%, decisão que entra em vigor a partir desta quinta-feira, e a taxa de desconto em 0,25 ponto porcentual, para 5,25% ao ano.

Em sua decisão, o comitê do órgão disse que permanece altamente atento aos riscos de inflação nos Estados Unidos e que continuará a monitorar as condições do mercado de trabalho, as pressões e expectativas inflacionárias, além de desenvolvimentos financeiros e internacionais.

Na avaliação do órgão, a atividade econômica americana se expandiu em ritmo modesto no primeiro trimestre de 2023. Ao mesmo tempo, os rendimentos salariais foram robustos nos últimos meses, e a taxa de desemprego continuou baixa, enquanto a inflação permanece alta.

Sistema bancário

Em comunicado, o banco central americano avalia que o sistema bancário do país é “sólido e resiliente”. Os dirigentes do Fed reconhecem que as condições de crédito mais apertadas para as famílias e os negócios provavelmente pesarão na atividade econômica, nas contratações e na inflação. A extensão de esses efeitos permanecem incertos, avaliam.

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O presidente do Fed, Jerome Powell, afirmou que as condições do sistema bancário americano melhoraram desde março, quando o Silicon Valley Bank e o Signature Bank quebraram. Segundo ele, o órgão trabalhará para tornar o setor ainda mais resistente. “Estamos comprometidos a aprender as lições corretas desse episódio”, disse, em referência às recentes turbulências, durante entrevista para a imprensa. Ele reforçou que os bancos, no geral, continuam seguros e resilientes.


O presidente dos EUA, Joe Biden Foto: Leah Millis/Reuters

Powell afirmou ainda que a autoridade monetária terá que subir juros a um nível mais baixo do que teria em um cenário sem turbulências no sistema bancário. Ele ressaltou que os instrumentos de estabilidade financeira não estão em conflito com a política monetária.

Em sua avaliação, cortes de juros “não serão apropriados” se as projeções atuais de desaceleração gradual dos preços se confirmarem. Ele destacou que a inflação de serviços nos Estados Unidos ainda está arrefecendo de forma lenta e que, para que haja uma redução mais significativa, será necessário uma queda da demanda agregada. Powell acrescentou que o mercado de trabalho americano permanece “extraordinariamente apertado”, embora avalie que a elevação dos salários não é o principal responsável pela escalada inflacionária.

Segundo o presidente do Fed, a previsão é que ainda “levará algum tempo” para reduzir a inflação nos Estados Unidos de volta à meta de 2%. Ele afirmou que os dirigentes do órgão ainda avaliam se os juros estão em “níveis restritivos” após a decisão desta quarta-feira. A política terá que ficar restritiva por algum tempo para assegurar a retomada da estabilidade de preços, afirmou.

O dirigente não quis comentar a compra do First Republic Bank pelo JPMorgan, anunciada na última segunda-feira, e disse considerar uma “boa política” que grandes bancos não cresçam demais, mas que o First Republic já estava quebrado. Ele acrescentou que o movimento de consolidação do setor bancário, isto é, da compra de bancos menores pelos maiores, acontece de forma natural, não como resultado de uma agenda deliberada do Fed.

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Para Powell, é essencial que o teto da dívida dos Estados Unidos seja aumentado em tempo hábil e seria sem precedentes se o governo deixasse de pagar os seus débitos. As consequências para a economia americana seriam incertas e adversas, disse. Ele reconheceu que o embate sobre a questão do limite da dívida foi discutido na reunião do comitê, mas não foi importante para a decisão de política monetária./Francine De Lorenzo, Gabriel Bueno da Costa, Laís Adriana, Maria Lígia Barros e Matheus Andrade

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