O governo dos Estados Unidos acusou 63 de seus parceiros comerciais, entre eles o Brasil, de impor barreiras "injustas" a produtos de exportação americanos. Um relatório anual apresentado na segunda-feira, 2, pela representante de comércio americana, Susan Schwab, afirma que as tarifas impostas individualmente pelo Brasil e a Tarifa Externa Comum (TEC) do Mercosul estão prejudicando a exportação de produtos agrícolas, bebidas destiladas e artigos de informática e telecomunicações. "O Brasil aplica tarifas adicionais que poderão dobrar o custo de importações no país", diz o documento. "Altas tarifas para equipamentos e peças de informática, além de altos impostos, levaram à criação de um enorme mercado negro de computadores." Segundo o relatório, o déficit comercial dos Estados Unidos com o Brasil foi de US$ 7,2 bilhões em 2006 - uma queda de US$ 1,9 bilhão em relação ao ano anterior. O Brasil representa o 13º maior mercado de exportações para os Estados Unidos. Avanços O documento diz que a pirataria continua sendo "um problema grave" no Brasil, mas reconhece que as autoridades brasileiras têm conseguido avançar no combate ao problema. O mesmo reconhecimento partiu da própria Susan Schwab em janeiro, durante um encontro da Organização Mundial do Comércio (OMC), quando ela chegou a listar o Brasil como um dos países em que mais ocorrem violações de propriedade intelectual, junto com a China e a Rússia. Por esse motivo, o documento divulgado na segunda-feira coloca a China como prioridade na lista de áreas em que o governo americano quer se concentrar para conseguir a redução das barreiras comerciais. O relatório lembra que se o governo chinês falhar em combater a pirataria, os Estados Unidos podem abrir um processo formal contra o país junto à OMC. Segundo o documento, o controle "inadequado" da China nessa frente afeta uma ampla gama de produtos, que inclui filmes, música, softwares, medicamentos, entre outros. A China também é criticada quanto a seus subsídios. O relatório afirma que o país aparentemente usa subsídios "proibidos" que prejudicam pequenos e médios fabricantes americanos. O estudo conclui que, em 2007, o governo americano vai continuar tentando "vigorosamente" encontrar uma solução para estes impasses. O relatório é preparado anualmente há mais de 20 anos, e é uma maneira de informar o Congresso americano sobre suas prioridades na área de comércio exterior. include $_SERVER["DOCUMENT_ROOT"]."/ext/selos/bbc.inc"; ?>
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