Expectativas são favoráveis para a nova equipe econômica, avalia Fiesp

O diretor do departamento de economia da Fiesp, Paulo Francine, disse o ministro Guiod Mantega já deus sinais de que haverá aumento de superávit primário, o que vai ajudar na queda dos juros

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Por Ricardo Leopoldo (Broadcast) e da Agência Estado
Atualização:

O diretor do departamento de economia da Fiesp, Paulo Francine, afirmou que "as expectativas são favoráveis para a nova equipe econômica" que conduzirá as políticas fiscal, monetária e cambial do País a partir de 2011. "Parece-me que a equipe será mais coesa. São positivas as indicações vindas até agora para maior espaço fiscal (aumento de superávit primário), o que vai ajudar na queda dos juros", comentou.

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Ele se referiu a afirmações do ministro da Fazenda, Guido Mantega, realizadas na semana passada quando ocorreu o balanço dos quatro anos do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC). Na ocasião, ele disse que o governo de Dilma Rousseff vai cortar despesas, especialmente de custeio, a fim de dar maior eficiência aos recursos do Tesouro. Nesse sentido, para Francine, a demanda agregada tende a migrar para um ritmo mais adequado à evolução do PIB potencial, o que reduzirá as pressões inflacionárias e aumentará as chances de o Banco Central diminuir a Selic no médio prazo. "Tenho uma ótima relação com o ministro Guido Mantega e boa impressão do presidente do BC indicado, Alexandre Tombini, e da futura ministra do Planejamento, Miriam Belchior", comentou o diretor da Fiesp.

Ao ser confirmado para continuar no Ministério da Fazenda, Mantega afirmou que a meta do superávit primário de 2011, fixada em 3,1% do PIB, será atingida. Porém, de acordo com o economista da Tendências, Felipe Salto, tal economia do orçamento, sem levar em consideração gastos com juros, deve chegar a 2,6% do PIB no próximo ano e atingir 1,8% em 2010, sem levar em consideração "a contabilidade criativa" do governo.

Segundo Francine, um dos fatores que vai tornar a equipe econômica mais coesa é o conhecimento técnico da presidente eleita Dilma Rousseff, que é economista. Para ele, por ter tal formação, Dilma naturalmente poderá determinar diretrizes de política econômica e cobrar resultados de seus auxiliares diretos.

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Segundo o diretor da Fiesp, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, "que fez dois bons governos e é uma pessoa muito inteligente e articulada", não tem tais conhecimentos técnicos. Francine destacou que o presidente Lula, com seu "imenso carisma e intuição", conseguia lidar com assessores que tinham opiniões divergentes sob a condução da economia em boa parte do tempo. Ele se referia, indiretamente, ao presidente do BC, Henrique Meirelles, que foi conservador em muitos momentos na adoção de política monetária restritiva, enquanto o ministro da Fazenda Guido Mantega, que foi indicado para o cargo em março de 2006, sempre defendeu que os juros caíssem.

"O Lula, com sua extrema habilidade, é um bom resolvedor de conflitos", comentou Francine. Mas segundo ele, como Dilma Rousseff é economista e está habituada a planejar e cumprir metas, não vai deixar que divergências surjam para não permitir que tais problemas atrasem o cronograma de seus projetos.

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