Mesmo em tempos bicudos e no país com a maior taxa de juros real do mundo, os investidores que querem buscar resultados mais efetivos devem estabelecer boas estratégias para suas carteiras e com visão de longo prazo. Os recursos devem ser aplicados de maneira diversificada em classes de ativos, prazos e liquidez.
Conforme ocorram alterações do cenário econômico, ajustes devem ser feitos, particularmente nos investimentos de curto prazo. Isso não quer dizer que o investidor deva abandonar suas linhas estratégicas, tratando as suas aplicações como se fosse uma roleta-russa, mudando de um papel para outro a todo momento e, obviamente, arriscando-se mais.
O momento indica para o investidor mais conservador ou iniciante que o maior peso da carteira deve ser em renda fixa. Mesmo para aqueles mais experientes e com estratégia mais bem definida os ajustes de alocação de ativos devem ser feitos com cuidado, principalmente na parte de renda variável.
A despeito de as ações estarem baratas, é adequado ter uma estratégia que permita obtenção de rendimentos equilibrada com o risco. Uma das alternativas é alocar recursos em ações boas pagadoras de dividendos. Mas não adianta ter uma boa estratégia mal executada. O rendimento não é tudo na escolha das boas ações pagadoras de dividendos. As melhores são as que pagam dividendos crescentes a longo prazo. Comprar e reter ações de dividendos que crescem constantemente é algo inteligente, que requer paciência. As ações que aumentam o pagamento de dividendos por décadas produzem retornos totais (dividendos mais ganhos de capital) maiores no longo prazo, além de trazer certa tranquilidade porque se pagam dividendos de forma constante é porque se mostram mais resilientes.
Esse tipo de ação pode ser visto como aquelas que oferecem aumentos constantes do pagamento de dividendos ou como ações de empresas que aumentam seus dividendos e receitas. Dito de outra forma, ações – ao mesmo tempo – de dividendos e de crescimento.
Nos EUA, as ações desse tipo são Dividend Aristocrats, ações do índice S&P 500 que aumentaram seus dividendos anualmente por 25 anos consecutivos ou mais. Atualmente nessa lista constam 65 empresas “aristocratas”.
No mercado brasileiro podemos encontrar boas pagadoras de dividendos. Lembrando que aqui não há imposto sobre dividendos. Recentemente chamou atenção a distribuição recorde de dividendos anunciada pela Petrobras. Outras empresas também têm tradição de distribuição como a Vale, o Banco do Brasil e o Santander Brasil. Parafraseando Ben Franklin: “Dinheiro faz dinheiro. E o dinheiro que o dinheiro faz faz dinheiro”.
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