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Professor de Finanças da FGV-SP

As lições do filantropo americano Charles Munger para os investidores

Morto no final de novembro, Munger foi o braço direito de Warren Buffet na companhia de investimentos Berkshire Hathaway

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Foto do author Fabio Gallo

Há pessoas que não são muito conhecidas do grande público e por isso não se tem ideia da sua importância. É o caso de Charles Munger, que faleceu no final de novembro, aos 99. Investidor, empresário e filantropo americano, Munger era vice-presidente da Berkshire Hathaway, a companhia de investimentos liderada por Warren Buffett, de quem foi o braço direito e mais próximo conselheiro ao longo de 60 anos. Foi um dos grandes responsáveis pelo sucesso da Berkshire.

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Ao longo de sua vida, Munger formulou princípios sólidos sobre investimentos e negócios que são muito interessantes e vale a pena conhecermos. Admitindo que o sucesso muitas vezes requer que assumamos riscos ele dizia: “Eu não conheço ninguém que tenha tido muito sucesso sem ter uma boa dose de insanidade em sua personalidade”.

Sobre o conhecimento adquirido na prática e a tomada de decisões, ele citava: “O conhecimento é inútil a menos que você o transforme em ação”. Munger enfatizava ainda que a inação, sob pretexto de buscar a perfeição, pode levar a oportunidades perdidas.

Algo que dizia com muita sensatez também é que “a única maneira de ficar muito rico é acumular um pouco por um longo tempo”, o que exige paciência e mostra o poder dos juros compostos no longo prazo. Nesse sentido ele dizia que “a maior parte do tempo você deve se contentar com retornos inatingíveis em circunstâncias atingíveis”. Dito de outra forma, isto significa que buscar retornos altos fora de qualquer padrão pode levar a riscos desnecessários, e que é mais sábio aceitar retornos sólidos e consistentes.

Charles Munger foi vice-presidente da Berkshire Hathaway, a firma de investimentos de Warren Buffet. Ele morreu em novembro de 2023, aos 99 anos Foto: REUTERS/Lucy Nicholson

Segundo ele, o grande retorno não está na compra e venda, mas na espera, em ter paciência com os investimentos. Outro aspecto que enfatizava era a capacidade de aprender. Repetia que via constantemente pessoas que subiam na vida e que não eram as mais inteligentes, mas sim máquinas de aprendizagem. Pessoas que iam para cama um pouco mais sábias que quando levantaram.

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“Não podemos ser muito rigorosos com quem discordamos se quisermos progredir”, dizia para mostrar que a diversidade de opiniões pode levar a decisões melhores. Para Munger, além de investir com inteligência é preciso gastar menos do que se ganha. Para ele, saber controlar as emoções ao investir era algo essencial – temos que suportar as flutuações de mercado e aquele que não consegue agir dessa forma não está apto para ser acionista e terá resultados medíocres, ensinava. Tais citações são um brevíssimo resumo de uma vida longa, de muita sabedoria e simplicidade, que traz uma visão abrangente e permite construir uma base sólida para o sucesso a longo prazo.

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