Quem não gosta de chegar no final de expediente ainda com sol e poder ir para um happy hour? Ir para casa e poder aproveitar para fazer uma caminhada? Ou simplesmente aproveitar a tarde estendida? O horário de verão possibilita esse tipo de coisa, mas nem todo mundo gosta dessa prática. Este ano o governo está discutindo a possibilidade de sua retomada.
O objetivo principal do horário de verão é economizar energia elétrica aproveitando por maior tempo a luz natural. Mas, o tema se tornou polêmico porque há a discussão sobre se a economia gerada compensa os transtornos que adiantar os relógios pode causar. Pelo lado positivo há redução do consumo de energia e da sobrecarga das redes de distribuição, incentiva as pessoas ao lazer e aumenta o fluxo do comércio. Mas, há pessoas que não gostam porque sentem que o seu relógio biológico é afetado e têm dificuldade de adaptação.
Um dos setores que mais sentem dificuldades com a alteração do horário é de transporte aéreo por conta do desalinhamento de fusos horários, reprogramação de voos, impactos nas conexões internacionais – os sistemas globais de agendamento e rastreamento devem ser ajustados, a comunicação com os clientes, adaptações enfim que levam tempo e geram custos para o setor.
A despeito da baixa economia gerada pelo horário de verão, alguns aspectos devem ser vistos de forma mais detalhada. Atualmente a capacidade instalada de energia elétrica no Brasil é de 204,8 gigawatts. Segundo a Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), a matriz energética instalada no país é composta por Usinas Hidrelétricas (50%), Usinas Termoelétricas (23%), Eólicas (15%) e Usinas Solares (7%).
Mas um artigo recente do portal InvestNews trouxe dados interessantes: no dia 17 de setembro último, perto das 13hs, 38% da eletricidade consumida no país era de origem solar, contra 32% das hidrelétricas, e o consumo total no país estava em 80,3 gigawatts. Esse quadro mostra uma nova realidade em que as fontes intermitentes (solar e eólica) passam a ser muito importantes.
Em 2019, a energia solar respondia por menos de 2% da matriz energética. Atualmente, somando-se as usinas fotovoltaicas às residências, empresas e propriedades rurais com painéis solares instalados e que vendem o excedente, quase 20% da geração de energia elétrica no País é solar, provendo mais de 47 gigawatts, o que representa 3,4 Itaipus. Conforme a irradiação solar diminui a geração solar fica menor, mas com o relógio uma hora adiantado o seu aproveitamento será muito maior. Menor consumo de energia significa menos emissões de gases de efeito estufa, contribuindo para a redução do impacto ambiental. Essa também é uma boa razão para voltarmos a ter o horário de verão.
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