No balanço dos investimentos mais rentáveis de 2024, o primeiro lugar ficou com o bitcoin, com rentabilidade de 150%. Para comparação, o CDI, que pode ser visto como um índice representativo de renda fixa no Brasil, deu o retorno de 10,88% no ano, enquanto a Bolsa brasileira teve queda de 10% e o dólar subiu mais de 27%. Hoje, essa criptomoeda está valendo mais de US$ 96 mil, e tem atraído a atenção dos investidores veteranos e iniciantes.
Obviamente, a pergunta é se vale investir nesse ativo com o nível de preço atual. A resposta não é nada simples porque trata-se de um tipo de ativo que não tem um lastro como uma moeda fiduciária – aquelas como o real, que tem como base a confiança no governo. Da mesma forma, um criptoativo não tem lastro como um ativo real como um imóvel, um carro, o ouro e qualquer outro que possamos pensar. O seu valor depende da oferta e demanda no mercado, além de fatores como confiança na tecnologia blockchain e a crença de que pode ser usado como reserva de valor ou meio de troca.
Os riscos inerentes as criptos são grandes, esse mercado é menos regulado e mais propenso a manipulações de preço por grandes detentores (“baleias”), além de possibilidade de perda de confiança. Mas, o que tem chamado a atenção mesmo, é que desde 2014 o bitcoin tem seguido um padrão a cada quatro anos.
O histórico desse ciclo é o seguinte: após um grande rali em 2013, em 2014 o bitcoin entrou em um mercado de baixa. De 2015 a 2017, esteve em alta. Em 2018, repete um ano de baixa, seguido por período de alta entre 2019-2021. Em 2022, mais um ano de perdas na faixa de 70%, seguido por altas em 2023 e 2024. Será que estamos diante de uma oportunidade previsível ou apenas de um mito do mercado?
Se acreditarmos que o padrão existe, a “profecia” indica que 2025 será um ano de ganhos. Esse ciclo curioso está ligado ao chamado “halving”, um evento que reduz pela metade a quantidade de novos bitcoins criados, diminuindo a oferta da criptomoeda. Esse evento foi acompanhado por fortes altas de preços nos anos seguintes, levando muitos a acreditar que há uma “fórmula” para prever o comportamento do ativo. Mas essa não é a única explicação. Pode ocorrer que, quando acontece um “halving”, os investidores acreditem que o preço vai subir e, assim, criam um ciclo autorrealizável.
Essa ideia de mercado previsível contradiz totalmente a teoria financeira. Investir em bitcoin pode ser atraente, mas exige cautela, diversificação e uma compreensão clara dos riscos associados. Adequado a investidores dispostos a lidar com alto risco e oscilações drásticas no curto e médio prazo. Lembre-se de que, apesar do padrão, não há garantias de retorno futuro.
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