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Professor de Finanças da FGV-SP

Melhor manter a estratégia: a tendência é de os EUA evitarem a recessão

O melhor é o investidor manter-se firme na estratégia de sua carteira e pensar no longo prazo

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Foto do author Fabio Gallo

A vida do investidor brasileiro nunca foi fácil. Conviver com taxa de juros nas alturas, ameaças inflacionárias, um sistema tributário insano, sobe e desce do câmbio e declarações desafinadas do presidente da República faz com que a vida financeira do brasileiro seja sempre repleta de emoções.

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Estamos constantemente navegando em mares bravios. Mas, se não bastasse o ambiente interno, nós estamos expostos ao cenário externo que também tem passado por turbulências nada discretas. Há poucas semanas levamos um grande susto, indicadores do mercado de trabalho aumentaram as preocupações sobre a economia norte-americana, o resultado é que as bolsas reagiram fortemente, as ações no mercado asiático despencaram, o índice japonês Nikkei caiu num único dia 12,4%, sendo o maior tombo diário desde “black monday” de 1987.

O cenário levou a análises com tintas carregadas de pessimismo. Houve pânico no mercado. Bilhões de dólares foram varridos dos mercados globais numa grande liquidação de ativos em meio a temores de que a economia dos EUA estivesse caminhando para a recessão. Mas nessa hora o melhor é parar, respirar, dar um passo atrás para pensar melhor e não reagir a qualquer notícia.

O investidor tem de ter mente que ele aplica recursos para conquistar os seus sonhos e da sua família, passa a vida poupando para ter um melhor grau de bem-estar financeiro futuro, tem como objetivos uma educação melhor para os filhos, um teto melhor, poder consumir com prazer, poder viver o estágio de vida de aposentado mais tranquilamente.

Consumidores nos EUA seguem comprando, mesmo com juros altos; Fed deve cortar juros em setembro, mas sem redução drástica Foto: Spencer Platt / AFP

Quando o mercado sobe ou desce, fica estressado, mas não muda nada das necessidades financeiras da pessoa para obtenção de seus objetivos. Assim, o melhor é o investidor manter-se firme na estratégia traçada para a sua carteira e pensar no longo prazo, aceitar a volatilidade do mercado faz parte.

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E agora como está o mercado? Nesta semana as ações globais subiram depois que dados de vendas no varejo dos EUA indicaram que a maior economia do mundo não está caminhando para uma recessão.

Matéria do Yahoo Finance aponta os índices de Wall Street subiram até 2,1%. Os consumidores americanos estão comprando, apesar das taxas de juros permanecerem em máximas de 23 anos.

O mercado reduziu expectativas de que o Fed vá praticar um grande corte dos juros na reunião de setembro, isto fez com que os rendimentos dos títulos públicos subissem. Da mesma forma, há indícios de que diminuíram as chances do Banco da Inglaterra cortar os juros por lá.

Mas precisamos estar atentos porque nos momentos de pânico é muito fácil as pessoas caírem em armadilhas comportamentais que levam a cometer erros e ampliar as perdas econômicas que muitas vezes são transformadas em prejuízo financeiro. Este, sim, é definitivo no bolso.

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