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Professor de Finanças da FGV-SP

Vale a pena investir no exterior?

Há uma variedade de ativos, mas é preciso estar atento a custos e efeitos do investimento

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Foto do author Fabio Gallo

Na semana passada, neste espaço, a discussão foi se valia a pena investir no Brasil. A perspectiva foi de que os analistas internacionais veem boas possibilidades de ganhos ao aplicar recursos aqui. Agora, o questionamento é no sentido inverso. Se vale a pena nós, brasileiros, investirmos no exterior. A questão ganha cores mais fortes principalmente devido aos últimos dados da economia norte-americana.

Na quarta-feira passada, enquanto aqui foi feriado, o mercado americano teve um dia muito agitado, os principais índices de ações completaram seis dias seguidos de perdas. A preocupação ainda é com a persistência da inflação e que domá-la irá levar mais tempo do que o esperado. A subida de juros é esperada nesse combate, além do que o medo da recessão internacional está presente. Nesse cenário, o dinheiro será atraído pelos títulos do tesouro norte-americano.

Uma preocupação é o dólar caro, mas o que o investidor deve considerar é a rentabilidade. Foto: Abdallah Dalsh/Reuters

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No geral, os investidores não têm saída a não ser buscar proteger as suas carteiras da potencial volatilidade de mercado. No caso do investidor brasileiro, o cenário interno, também, não ajuda. Mas o que acontece se ele pensar em investir fora do País? Uma primeira resposta, os estudos mostram que investir no exterior, mesmo em mercados de mais risco, tende a diminuir o risco global da carteira. Há o efeito da diversificação dos investimentos. Para esse tipo de investimento podemos abrir uma conta no exterior ou investir internacionalmente no nosso mercado.

Internamente podem ser aplicados recursos em fundos no exterior, carteiras com ativos internacionais, em ETFs (Exchange Traded Funds), ativos vendidos em Bolsa com carteiras fora do País – exemplo é o iShares S&P 500 (IVVB11). Além disso, há os BDRs (Brazilian Depositary Receipt), que representam ações de empresas estrangeiras negociados na Bolsa Brasileira, em reais.

O investidor pode abrir uma conta em uma corretora fora do País. Antigamente era opção somente para quem tivesse muito dinheiro disponível, hoje é algo possível para praticamente qualquer investidor. Até a barreira da língua não existe mais porque muitas corretoras já disponibilizam atendimento em português. Algumas instituições brasileiras oferecem contas com a possibilidade de investir fora.

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Uma preocupação é o dólar caro, mas o que o investidor deve considerar é a rentabilidade. Obviamente, o risco da volatilidade cambial sempre existe, mas o dólar tem se mostrado forte. Investir no exterior permite o acesso a uma grande variedade de ativos e exposição ao mercado mundial. No entanto, o investidor deve estar atento a criar uma estratégia consistente de aplicações de seus recursos, locais e no exterior, ficar atento à economia mundial, considerar os custos e os efeitos tributários desse investimento.

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