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Professor de Finanças da FGV-SP

Quais foram os impactos do bloqueio do X no Brasil para os negócios?

O bloqueio do X determinado pelo STF trouxe perdas cujo valor se estima em muitos milhões

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Foto do author Fabio Gallo
Atualização:

Um dos assuntos mais falados nestes dias é o bloqueio do X, nome que tem que ser completado com ex-Twitter. Na sexta-feira, 20, o X acatou as ordens do Supremo Tribunal Federal (STF) nomeando representantes no Brasil, pagou as multas e vai barrar perfis contra os quais haviam ordens judiciais para serem suspensos. A rede social tem ao redor do mundo aproximadamente 370 milhões de usuários. O primeiro tuíte enviado por Jack Dorsey, um de seus fundadores, foi em 2006, e três anos depois a plataforma atingiu a marca de 1 bilhão de tuítes.

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Em 2022 Elon Musk comprou o Twitter por US$ 44 bilhões para torná-lo privado, e trocou seu nome para X. Desde então, a coisa desandou. O número de usuários caiu 15% apenas no primeiro ano. E se estima que o seu valor tenha caído a US$ 12,5 bilhões.

Aparentemente, essa destruição enorme de valor não é um problema para alguns de seus acionistas – o príncipe saudita Alwaleed bin Talal, que investiu quase US$ 2 bilhões na plataforma, disse ao Washington Post que ainda está muito feliz com o seu investimento e que não sentiu “nenhuma desvalorização”.

No Brasil, a rede tem 24 milhões de usuários, é a 10ª entre as mais acessadas, mas representa apenas 2% da receita total do X.

X, antigo Twitter, saiu do ar no Brasil devido a decisão de Alexandre de Moraes Foto: Alice Labate / Estadão

O bloqueio determinado pelo STF trouxe muitos impactos. Embora não se tenha um número exato das perdas provocadas, avalia-se que tenha causado prejuízos de milhões a quem usava a plataforma para negócios.

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Para termos uma ideia, só o faturamento anual do X no Brasil alcança US$ 100 milhões. Os usuários se valem de várias estratégias para transformar a presença no X em fonte de renda, como a monetização de conteúdo, parcerias e publicidade de marcas. Além disso, pequenos empreendedores, freelancers e marcas usam o X para vender produtos e serviços. Outra atividade é o crowdfunding (financiamento coletivo) muito utilizado por criadores de projetos, artistas, edição de livros, entre outros.

O poder das redes sociais é imenso. Segundo levantamento da consultoria Kepios, em 2023 havia 5,04 bilhões de usuários de redes sociais, significando que 62% da população global acessa regularmente as plataformas. O líder mundial é o Facebook, com 3 bilhões de usuários, seguido por YouTube (2,5 bilhões), e o WhatsApp (2,0 bilhões) – chama a atenção que duas delas pertencem à Meta. E a tendência é que as redes sociais cresçam ainda mais.

Musk tem uma opinião dura sobre as redes sociais: “Acho que uma das maiores ameaças para a civilização moderna é o poder das redes sociais de amplificar o comportamento negativo. Os algoritmos favorecem o conteúdo mais polarizador porque gera mais engajamento”. Apesar disso, continua dono do X e usa a rede para espalhar fake news.

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