Nesta semana, a Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiro e de Capitais (Anbima) publicou a 7.ª edição do Raio X do Investidor Brasileiro 2024, trazendo os dados relativos a 2023. Esse levantamento permite traçar o perfil e o comportamento da população em relação às suas finanças.
Como sempre alguns dados chamam atenção, particularmente quando comparamos com as edições anteriores. Entre as novidades, este relatório traz informações sobre o nível de estresse da população em relação às suas finanças e um levantamento sobre o uso de aplicativos de apostas esportivas online, as bets.
Segundo os dados, as pessoas têm alto nível de estresse em relação as suas despesas (52%) e em relação a perda de suas fontes de renda (56%). Em linha com outras pesquisas no mercado brasileiro, o Raio X 2024 aponta que 14% da população faz apostas on line, mas a informação revelada que mais preocupa é que 22% dos apostadores acreditam estar fazendo um investimento financeiro.
As gerações jovens são as que mais apostam - a geração Z (29%) e a dos Millenials (18%). A geração que menos aposta é a dos Boomers (63 anos ou mais). Entre os apostadores 40% buscam ganhar dinheiro rapidamente, algo óbvio.
Por outro lado, o volume de investidores em produtos financeiros continua subindo, mas de maneira mais modesta nos últimos dois anos. O que pode ser explicado pelo cenário econômico ainda bastante adverso.
O crescimento entre 2021 e 2022 foi de cinco pontos porcentuais, mas no ano passado o total de brasileiros e brasileiras que investiram em produtos financeiros ficou estável em 37%. Sendo que mais da metade das pessoas da classe A/B investem, na classe C acima de um terço e na D/E uma em cada cinco pessoas.
No entanto, a partir das respostas obtidas, foi possível traçar uma projeção otimista para 2024. As perspectivas indicam aumento de quatro pontos porcentuais no número de investidores em relação a 2023. Por outro lado, temos que cerca de 101 milhões de pessoas não investem, esse público é formado por 53% de mulheres, sendo que 68% trabalham e com renda familiar média de R$ 3.239,00, a maioria pertence as classes C, D e E, localizadas na região Sudeste em sua maioria.
Um dos destaques é a visibilidade dos bancos digitais, que são mais conhecidos, estão sendo usados pela população inclusive para investir. Os bancos tradicionais chegam a 69% da população. A caderneta de poupança continua a ser o produto mais utilizado (25%) pela população, sendo 31% entre as classes A/B.
Este levantamento traz a importância de uma comunicação correta e firme sobre retornos e riscos dos produtos financeiros ofertados, além da promoção da educação financeira.
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