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Professor de Finanças da FGV-SP

Mundo das finanças avança para conciliar sustentabilidade e tecnologia

ReFi está tornando verde o blockchain e mostrando que a riqueza deve ser para o bem-estar

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Foto do author Fabio Gallo

O mundo de finanças evolui muito rapidamente e cria novos conceitos e abordagens que permitem ao investidor uma gama enorme de formas de aplicar recursos. A criatividade nessa área é sem fim e sempre buscando um equilíbrio entre risco e retorno nos investimentos.

O mais interessante e importante é que essas novas maneiras de investir estão buscando trazer mais segurança, liberdade e causar mudanças positivas na vida das pessoas e do planeta, como na questão climática. A tecnologia tem sido o grande impulsionador e permitido a evolução rápida dessas novas abordagens. Não faz muito tempo fomos apresentados para as Finanças Descentralizadas, conhecidas como DeFI (Decentralized finance), um ambiente financeiro operado na internet e com base no blockchain, sistema criptografado que permite transações financeiras confiáveis sem intermediários.

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Essa estrutura usa de contratos inteligentes permitindo a realização e o gerenciamento de acordos entre partes de maneira extremamente fácil e segura, agilizando o processo. O que levaria horas ou dias é feito em minutos. Esse conjunto de serviços descentralizados permite obtenção de empréstimos, investimentos, compra de seguros, compra e venda de criptos, tokenização de ativos e muitas outras operações.

Agora, surge um novo segmento, as Finanças Regenerativas (ReFi), um processo de alocação de capitais que busca a sustentabilidade, trata das questões do clima e da biodiversidade, mas sem deixar de ser economicamente lucrativa. Pode ser vista como uma derivação de DeFi, pois usa da estrutura do blockchain e da web. Um exemplo, no ambiente de ReFi o estabelecimento de um sistema rastreável e imutável de créditos de carbono que evite fraudes como lançamento de mais de uma vez do mesmo crédito, por meio da tokenização desses créditos.

Como mercado financeiro pode contribuir para preservação ambiental é um debate em alta Foto: Tiago Queiroz / Estadão

Esse novo ambiente visa alinhar os interesses econômicos com os ambientais. Dito de outra forma, busca rentabilizar projetos ambientalmente sustentáveis. A ideia centralizadora é fazer que o fluxo de capitais seja voltado para regeneração do planeta de forma escalável e sem intermediários. No espaço ReFi uma infinidade de comunidades está surgindo com objetivo de criar saúde sistêmica, aplicando os princípios de regeneração da natureza e usando dos sistemas descentralizados, como o blockchain.

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Um exemplo de comunidade ReFi é o Climate Coletive, que reúne investidores com parte interessadas, como organizações sem fins lucrativos, cientistas, empresas de tecnologia e Organizações Autônomas Descentralizadas (DAO) com o objetivo de criar infraestrutura digital confiável e sustentável para desbloquear ações climáticas verificáveis em escala. ReFi está tornando verde o blockchain e mostrando que a riqueza deve estar voltada para o bem-estar de todos.

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