Com a alta taxa de ocupação de escritórios na região da Avenida Brigadeiro Faria Lima, que abriga nomes como Google, Santander, BTG, XP, Microsoft e TikTok, a Avenida Paulista passa por uma fase de retomada na demanda de empresas por imóveis comerciais.
Alguns nomes que chegaram recentemente à região da Avenida Paulista são Cyrela, CVC Corp, Escola Superior de Advocacia (OAB), galeria Gomide & Co e Associação Brasileira da Indústria Elétrica e Eletrônica (Abinee).
A Cyrela puxa a tendência com um escritório de luxo. Em 22 de agosto, a empresa se mudou para a região e ocupa três andares, além do rooftop, com espaço para acomodar mais de 400 funcionários.
Pertencente ao Safra, o prédio abrigava uma agência do banco até 2016 e tem espaços para convivência para estimular a ida ao escritório, embora a empresa mantenha política de trabalho híbrido. O escritório tem janelas amplas em todos os espaços, oferecendo visão de toda a cidade.
A gerente sênior de pessoas, performance e comunicação institucional da Cyrela, Renata Meireles, diz que a mudança para a região levou em conta fatores como o acesso ao transporte público e a restaurantes com preços acessíveis. “O lugar deveria inspirar as pessoas, precisava ser um prédio novo, e não antigo. A região ainda tem pouca oferta de prédios mais novos e modernos”, diz Renata.
Para Felipe Giuliano, diretor de locação, pesquisa e health da consultoria CBRE, a região da Avenida Paulista sempre tem demanda em razão das opções de transporte e do posicionamento central na cidade. Entretanto, a vacância de menos de 10% na Faria Lima tem levado mais empresas para a região. “O retorno das empresas aos escritórios motiva isso. No mínimo, 70% dos 600 principais empreendimentos em São Paulo que monitoramos têm funcionários indo ao escritório”, afirma Giuliano. “Um terço do que foi alugado tinha área de mil metros quadrados na Avenida Paulista.”
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Daniel Takase, da Tellus, afirma que a ocupação alta da Faria Lima em imóveis comerciais de alto padrão leva o preço por m² a um patamar entre R$ 150 e R$ 200, enquanto a Avenida Paulista tem opções por volta de R$ 100 o m².
Takase aponta que o retrofit de prédios antigos, jargão do mercado para reformas estruturais, é uma tendência importante para os imóveis comerciais da Paulista, que têm construções antigas e, por vezes, voltadas a escritórios de advogados ou consultórios médicos.
“A Faria Lima não tem mais espaço para grandes empresas. Ou a companhia vai para o extremo sul, na Chucri Zaidan, ou vão para a Avenida Paulista, e até mesmo para a região do Butantã. Como não são todas as empresas que estão dispostas a ir ao extremo da zona sul, a Paulista é uma opção atrativa”, diz Takase.
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