O número de contratações com carteira assinada no comércio varejista da Região Metropolitana de São Paulo cresceu 7,4% em 2010 em relação a 2009. No entanto, o salário médio do trabalhador do setor tem diminuído desde o fim de 2009, fechando dezembro de 2010 em R$ 1.304,00, com queda de 0,30% em relação a novembro e de 4,95% ante dezembro de 2009. A média anual em 2010 foi de R$ 1.338,00. Os dados fazem parte de pesquisa divulgada hoje pela Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de São Paulo (Fecomercio-SP), com informações do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), do Ministério do Trabalho e Emprego (MTE).De acordo com a economista Júlia Ximenes, da Fecomercio-SP, os empregadores têm conseguido suprir a rotatividade do setor - o índice de admitidos ficou em 4,7%, enquanto o de demitidos foi de 4,1% - com a contratação de funcionários por salários mais baixos. "O empregado não tem a informação de quanto ganhava o funcionário anterior. Já o empregador tem essa informação e consegue fazer contratações pagando menos", diz.Ela afirma que "é bastante provável" que essa queda continue neste ano, já que o cenário de 2011 deve ser de otimismo mais contido, tendo em vista as variáveis socioeconômicas, como inflação e taxa de juros, que devem apresentar elevação, enquanto a oferta e acesso ao crédito e alongamento de prazos de financiamentos devem esfriar. "O próprio mercado vai dizer até quanto os salários podem baixar", afirma.A pesquisa mostra que em 2010 foram criadas 64.339 vagas com carteira assinada no comércio varejista na Região Metropolitana, ante 40.556 em 2009. Na comparação com novembro de 2010, a variação de dezembro foi apenas 0,1% positiva, o que representa 1.021 novos postos. A alta no emprego formal é atribuída pela Fecomercio-SP ao cenário de crédito farto, de aumento da massa salarial e da Intenção de Consumo das Famílias (ICF), fatores que aumentaram a expectativa dos empresários varejistas.Todas as atividades do comércio apresentaram resultados positivos no emprego formal em 2010 em comparação a 2009: Supermercados (Alimentos e Bebidas) registraram 14.313 vagas a mais; Lojas de Vestuário, Tecidos e Calçados, 10.944; Materiais de Construção, 7.797; Farmácias e Perfumarias, 4.941; e Lojas de Eletrodomésticos e Eletroeletrônicos, 4.721.RotatividadeO índice de empregados admitidos no comércio varejista ficou em 4,7%, enquanto o de demitidos foi de 4,1%. A rotatividade no comércio geral permaneceu estável durante 2010, fechando o ano em 4,4%.De acordo com a Fecomercio-SP, todos os setores influenciaram positivamente para este resultado em relação à admissão. Destaque para Lojas de Vestuário, Tecidos e Calçados (6,2%), Lojas de Departamentos (5,1%), Supermercados (Alimentos e Bebidas) (4,8%) e Materiais de Construção (4,8%). Já o índice de demissões foi influenciado pelos setores de Lojas de Vestuário, Tecidos e Calçados (5,5%), Supermercados (4,3%) e Materiais de Construção (4,1%).
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