O Comitê Federal de Mercado Aberto (Fomc, na sigla em inglês) do Federal Reserve (Fed, o banco central americano) decidiu nesta quarta-feira, 2, elevar as taxas de juros do país em 0,75 ponto percentual, para a faixa entre 3,75% e 4,00% ao ano.
Foi a quarta vez seguida que o banco central norte-americano subiu os juros em 0,75 ponto percentual.
O Fomc avalia que a inflação nos Estados Unidos segue elevada, com desequilíbrios de oferta e demanda relacionados à pandemia. Além disso, há alta de alimentos e energia, além de pressões de preços mais amplas. No documento divulgado pelo Fomc depois da reunião, o Comitê se diz “altamente atento aos riscos inflacionários”.
Para o Fed, “a guerra da Rússia contra a Ucrânia está causando enormes dificuldades humanas e econômicas”, e os eventos relacionados estão criando uma pressão ascendente adicional sobre a inflação, e estão pesando sobre atividade econômica mundial.
Ritmo menor
Em comentário enviado para clientes, o economista-chefe da Pantheon Macroeconomics, Ian Shepherdson, disse que o Fed está sinalizando que adotará um ritmo menor de elevação de juros. Na leitura dele, o banco central dos EUA deve aumentar as taxas de juros em 0,50 ponto porcentual na reunião de política monetária de dezembro.
O economista destacou a indicação de que o Fed agora está atento ao provável impacto de suas ações anteriores, com o acréscimo no comunicado de política monetária divulgado nesta quarta de que, ao determinar o ritmo de aumentos futuros, o Fomc levará em consideração “o aperto acumulado da política monetária, as defasagens com que a política monetária afeta a atividade econômica e a inflação e os desenvolvimentos econômicos e financeiros”.
Para Shepherdson, parece ser “um sinal claro” de que a onda de aumentos de 0,75 ponto percentual acabou, “a menos que os dados entre agora e a reunião de dezembro - incluindo duas rodadas de relatórios de inflação e mercado de trabalho - sejam inesperadamente terríveis”.
Para o economista, os mercados agora devem gravitar para uma expectativa de alta de 0,50 ponto percentual em dezembro. A Pantheon não descarta, inclusive, elevação de 0,25. “Mas, aconteça o que acontecer em dezembro, duvidamos que o Fed volte a elevar juros no ano que vem. Eles fizeram o suficiente para tornar a política claramente restritiva, e uma intensa pressão de baixa sobre a inflação agora está se formando.”
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