BRASÍLIA - O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, minimizou nesta quarta-feira, 1º, as críticas da ala política à decisão de voltar a cobrar impostos federais sobre combustíveis, especialmente da presidente do PT, Gleisi Hoffmann. De acordo com Haddad, a dirigente tem opiniões fortes, mas quem arbitra conflitos no governo é o presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
“O importante é que ela (Gleisi) defendeu a decisão do presidente Lula, que era o que eu esperava da parte dela, que é uma pessoa que tem opiniões fortes, mas que sabe que quem arbitra os conflitos dentro e fora do governo é o presidente da República”, disse Haddad em entrevista ao UOL. Ele relembrou que, após a decisão de reoneração, Gleisi elogiou a sensibilidade e equilíbrio nas decisões e não citou Haddad em nenhum momento.
A decisão de reonerar os impostos foi interpretada como uma vitória a Haddad. Aliados do presidente Lula defendiam a prorrogação da desoneração dos impostos federais sobre gasolina e etanol para evitar um repique na inflação e uma eventual perda de popularidade do chefe do Executivo.
Na sexta-feira, 24, a presidente nacional do PT, Gleisi Hoffmann, escreveu no Twitter que “não somos contra taxar combustíveis, mas fazer isso agora é penalizar o consumidor, gerar mais inflação e descumprir compromisso de campanha”.
Na terça-feira, 28, após anúncio das medidas, a dirigente foi às redes sociais dizer que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva teve “sensibilidade” para diminuir o impacto da medida no bolso do consumidor, “com redução de alíquotas dos impostos e do preço na refinaria”.
Haddad afirmou que a presidente do PT defendeu a reoneração dos impostos federais sobre gasolina e álcool se houvesse, antes, uma mudança da política de preços internacional da Petrobras. “PPI é coisa complicada, não é uma coisa que você muda em duas semanas”, ponderou Haddad sobre a defesa de Gleisi.
Críticas
Haddad também minimizou a tese de que vinha enfrentando um processo de “fritura” pela ala política do governo. De acordo com ele, o ministro da Fazenda “não ganha todas, perde a maioria”.
O ministro lembrou que em 2003, por exemplo, a bancada do PT fez abaixo-assinado pedindo substituição do então ministro da Fazenda, Antônio Palocci.
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