Pedaço de metal destruído que já foi um carro da Ferrari é vendido por por US$ 1,9 milhão

Ferrari 500 Mondial Spider de 1954, um dos 13 exemplos já produzidos, é uma peça procurada por colecionadores

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Por Redação

Um pedaço de metal amassado, que um dia foi um carro de corrida da Ferrari, foi vendido em um leilão da RM Sotheby’s na Califórnia, Estados Unidos, por US$ 1,9 milhão (cerca de R$ 9,44 milhões). A peça ficou com o último dono por quase 50 anos.

Trata-se da lataria do modelo Ferrari 500 Mondial Spider de 1954, um dos 13 exemplos do tipo que já existiram na série de spiders Pininfarina. O carro, de quatro cilindros, foi projetado para rodar em pistas sinuosas com muitas curvas, com um motor menor e mais leve.

Parte de Ferrari 500 Mondial Spider Series de 1954 por Pinin Farina é vendida em leilão  Foto: Darin Schnabel ©2023 Courtesy of RM Sotheby's

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Ciente do desafio inerente das pistas sinuosas que não tinham retas longas, a Ferrari designou Aurelio Lampredi para desenvolver um motor de quatro cilindros, que estreou durante o Grande Prêmio de Bari de 1951.

Alberto Ascari, piloto da Ferrari, garantiu os campeonatos mundiais de Fórmula 1 consecutivos de 1952 e 1953 com este modelo, que foi apelidado de 500 Mondial em reconhecimento às vitórias.

Chassis 0406 MD sendo pilotado por Franco Cortese na Coppa della Toscana em 1954  Foto: Locchi Florence/www.fotolocchi.it

Segundo a casa de leilões, esse carro é valorizado hoje por sua importância histórica, estética e desempenho. “O 500 Mondial é um colecionável altamente desejável que é elegível para grandes eventos vintage, justificando sua posição no centro de coleções notáveis em todo o mundo”, disse a RM Sotheby’s em seu site oficial. De acordo com a casa de leilões, uma vez restaurado, o carro tem potencial em concursos, exposições de marca e eventos de corrida vintage.

Histórico

A peça pode ser reconhecida pelo número de chassi 0406 MD, que é exclusivo do segundo Mondial construído. Segundo a casa de leilões, a pesquisa do especialista em marca Marcel Massini, confirmada por cópias das fichas de construção de fábrica, mostra que este Ferrari foi montado em março de 1954 e terminado em tinta Rosso Corsa com um interior de vinil Similpelle Bege.

No mês seguinte, o carro foi vendido por Enzo Ferrari a Franco Cornacchia, o revendedor de carros esportivos com sede em Milão que também comandava a Guastalla, uma das equipes de corrida mais significativas da região.

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Em abril de 1954, o carro foi pilotada pelo ex-piloto da fábrica Franco Cortese e pelo co-piloto Perruchini na Coppa della Toscana, terminando em 19º lugar no geral e 2º na classe. Em maio de 1954, Cortese e Perruchini levaram o Mondial a um quarto lugar na classe e 14º no geral na Mille Miglia, após o carro ser re-encarroçado por Scaglietti. Cortese retornou à ação no final de junho, terminando em 8º na corrida da Golden Shell no Grande Prêmio de Imola.

O carro participou de várias corridas desde então, e mudou de mãos ao longo dos anos, competindo e sendo modificado para os padrões da época. Em 1958, o 500 Mondial foi exportado para os Estados Unidos e, quatro anos depois, foi vendido por R.W. Devereau de San Francisco para Hal Rudow de Washington, que competiu com o spider na corrida Evergreen Trophy no Pacific Raceways em outubro de 1962.

Um ano depois, Rudow vendeu o carro para Stanley Surridge, e ele substituiu o motor original por um V-8 americano. Em algum momento ao longo dos dois anos seguintes de atividade de corrida, o Mondial sofreu um acidente e danos pelo fogo. O carro foi vendido sem motor e permaneceu em condição danificada por mais de 45 anos.

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