FGTS: governo estuda novas formas de uso do fundo na compra de imóveis, diz ministro

Segundo Jader Filho, uma das ideias seria elevar os subsídios na entrada, reduzir a taxa de juros e ampliar prazo dos financiamentos

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O ministro das Cidades, Jader Filho, afirmou nesta terça-feira, 11, que o governo federal busca mais modelos para o uso de recursos do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS) para o financiamento do setor de construção. Ele citou a intenção de melhorar condições de compra nas linhas que utilizam essa fonte de financiamento.

Uma das ideias seria aumentar os subsídios na entrada, reduzir a taxa de juros e ampliar o prazo dos financiamentos para que “pessoas mais necessitadas” não tenham de dar entrada. “A maioria dessas pessoas não acessa o mercado porque não conseguem dar entrada”, disse ele no Summit 2023 da Associação Brasileira de Incorporadoras Imobiliárias (Abrainc), realizado em São Paulo.

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Segundo Jader Filho, a extensão do número de parcelas com subsídio nos juros ampliaria o público potencial dos financiamentos. “Vocês (empresários) sabem como o Minha Casa Minha Vida pode sair do papel e voltar aos melhores momentos”, ressaltou.

O ministro disse ainda que o governo buscará a colaboração com programas habitacionais de governos estaduais e municipais, como o Casa Paulista e o Pode Entrar, tocados pelo Estado e pela cidade de São Paulo, por exemplo. “O recado que trago do presidente Lula é de buscar o diálogo”, comentou. “Estamos trabalhando para conjugar esforços dos programas Pode Entrar, Casa Paulista e MCMV.”

O ministro das Cidades, Jader Filho (à dir.) Foto: Wilton Junior/Estadão

Novas contratações

Segundo Jader Filho, o governo deve publicar nos próximos dias as especificações para a contratação de novas unidades habitacionais na Faixa 1 do Minha Casa Minha Vida. O retorno do programa com a faixa destinada a famílias de menor renda é uma das bandeiras do governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), iniciado em janeiro.

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“Nos últimos quatro anos, não foi contratada uma única casa na faixa 1″, afirmou ele sobre o segmento, que atende a famílias com renda mensal de até R$ 2.600. “Deixar de atender as pessoas que mais precisam é crime, é uma falta de sensibilidade gravíssima”, completou, citando o governo do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), que, na prática, extinguiu a faixa 1 e renomeou o programa como Casa Verde e Amarela.

Jader Filho afirmou ainda que o MCMV tinha 186 mil unidades contratadas e que, destas, o governo se deparou com 83 mil com as obras paralisadas. “Já retomamos obras em 11 mil nesses primeiros 100 dias de governo. Entregamos mais de 6 mil unidades”, disse. O ministro reiterou que o objetivo do governo é entregar 2 milhões de unidades através do programa nos próximos quatro anos.