Fiesp: O que é e para que serve a entidade?

Com forte influência política, Federação das Indústrias do Estado de São Paulo foi criada em 1928 para facilitar o diálogo do setor com o governo e a sociedade

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Foto do author João Scheller
Atualização:

A Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp) é uma entidade criada para facilitar o diálogo do setor industrial com diferentes representantes do governo, sociedade e classe industrial. Ela sempre teve forte influência política, não somente no Estado de São Paulo, mas em todo o País.

A entidade defende pautas ligadas ao setor, como a luta pela competitividade, redução de impostos e ampliação da indústria brasileira. Além disso, tem atuado junto ao Congresso para a aprovação de pautas caras ao setor.

Entidade

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A Fiesp foi fundada em março de 1928, ainda como Centro das Indústrias do Estado de São Paulo (Ciesp). Nos anos 1930, a partir da decisão de Getúlio Vargas de criar uma estrutura sindical ligada ao governo que englobava associações de classe, federações estaduais e confederações, a entidade passou a se chamar Fiesp. Nos anos 1940, o Ciesp voltaria à ativa como sociedade civil vinculada à Fiesp.

Atualmente, são 130 mil indústrias distribuídas em 131 sindicatos patronais. Segundo dados de 2022, o número de trabalhadores empregados na indústria no Estado de São Paulo era de mais de 2,4 milhões de pessoas. O financiamento da Fiesp é feito por meio do Sistema S, que arrecada recursos na folha de pagamento de empresas.

A entidade conta com 14 conselhos superiores, responsáveis pela representação de diferentes setores, como comércio internacional, assuntos jurídicos, meio ambiente, inovação, entre outros.

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Participação política

A Fiesp tem um histórico de participação política, a partir de temas defendidos pelo setor, como menos impostos, menor burocracia e juros mais baixos. Nos últimos anos, a entidade fez campanhas contra a recriação da CPMF (Contribuição Provisória sobre Movimentação Financeira), a favor da redução do preço da energia elétrica e contra o aumento de impostos, por exemplo.

Esta última ganhou destaque durante as manifestações pró-impeachment da então presidente Dilma Rousseff (PT). A campanha “Não Vou Pagar o Pato”, que contava com um pato inflável amarelo posicionado na frente da sede da entidade, na Avenida Paulista, foi figura constante durante os atos contra a petista.

Campanha "Não Vou Pagar o Pato" contava com animal inflável posicionado em frente à sede da entidade, na Avenida Paulista, em São Paulo Foto: Marcos Ambrosio/Estadão

Caso Josué Gomes

Nos últimos meses, a Fiesp vem enfrentando uma disputa interna pelo comando da entidade. Seu presidente, Josué Gomes, passou a ser acusado de se distanciar das entidades do setor e de não ouvir suas reivindicações, além de ser considerado muito próximo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Seu pai, José Alencar, foi vice-presidente durante os dois primeiros mandatos do petista.

Na noite de segunda-feira, 16, Josué foi destituído do cargo, algo inédito na história da entidade. Ele deve recorrer da decisão.

Parte da entidade enxergou o manifesto a favor da democracia, publicado pela Fiesp no ano passado, como uma afronta ao então presidente Jair Bolsonaro (PL). Um dos principais críticos de Gomes é o ex-presidente da Fiesp, Paulo Skaf, que é próximo de Bolsonaro e esteve no comando da federação por quase 18 anos.

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