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Flexibilidade estratégica

Queda da Selic tende a turbinar ativos de maior risco, mas cenário adverso na economia, no Brasil e no mundo, reduz o apetite do investidor

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Por Estadão Blue Studio
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2 min de leitura

É sempre interessante, independentemente do objetivo financeiro do investidor, ter uma gama de opções para decidir onde colocar o dinheiro. São tantas as opções, e as facilidades tecnológicas para escolher esses diversos caminhos, que o auxílio de um profissional do setor financeiro é cada vez mais indicado, especialmente para quem não tem tempo de acompanhar, pelo menos semanalmente, as notícias e projeções do mercado financeiro.

Apesar de os altos e baixos do segmento dos fundos multimercados serem uma realidade, não há dúvida de que os vários DNAs que ajudam a construir esses produtos são uma flexibilidade estratégica interessante, segundo especialista do setor.

Os fundos de investimento multimercado são estruturas que permitem a aplicação conjunta de recursos de diversos investidores, administrados por um gestor profissional. A principal característica desses fundos é a flexibilidade de sua política de investimento, que pode incluir diferentes classes de ativos e estratégias

Cassiana Garcia, planejadora financeira CFP e sócia-fundadora da The Hill Capital

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“Quando analisamos de forma ampla, o objetivo dos fundos multimercados é proporcionar aos investidores uma combinação de diversificação de ativos, potencial de retornos superiores aos de outros fundos mais restritos e a mitigação de riscos por meio da gestão ativa, tendo em sua política de investimentos estratégias que incluem renda fixa, renda variável, câmbio, derivativos e commodities”, completa.

Gestão ativa – ou seja, fundos em que existem especialistas por trás tomando decisões todos os dias – é algo que não pode ficar fora do radar dos investidores, na maior parte dos casos. Ainda mais porque, ao serem considerados ativos de risco, os multimercados passam a ficar interessantes em cenário de queda de juros, algo que aparece no horizonte brasileiro, mas ainda sem uma tendência muito clara, principalmente no longo prazo.

“Quando a Selic cai, ativos com mais risco tendem a se valorizar, porque o investidor vê o investimento conservador rendendo menos e busca alternativas. Em tese é isso. Mas como estamos em momento adverso na economia, não só no Brasil, mas no mundo todo, não necessariamente o investidor está com esse apetite. E é possível ver números de fundos tendo resgates bem robustos”, comenta Leandro Lopes, sócio-fundador da assessoria de investimentos Septem Capital.

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Divulgação Foto: Getty Images

Em uma hipotética escala de risco, mesmo os mais conservadores podem se interessar pelo segmento dos fundos multimercados, desde que o jogo seja jogado às claras. Quer dizer: balancear bem as opções e mostrar a realidade de cada produto é uma premissa rápida para qualquer assessor de investimento, ainda mais os que estiverem ligados às grandes instituições financeiras do Brasil. Em muitas situações, apenas a renda fixa pode dar muito bem a conta do recado.

“Uma carteira balanceada deve estar de acordo com o perfil de risco do investidor. Assim, para um aplicador que aceite uma parcela de seu portfólio atrelada a ativos de risco, os fundos multimercados, de maneira geral, se enquadram como uma opção de investimento atraente. Obviamente o peso dessa alocação dependerá da estratégia do fundo e, novamente, da composição total do portfólio do investidor adequado ao seu apetite a risco. Investidores conservadores, por exemplo, devem alocar baixo ou nenhum percentual”, diz Marcio Yukio Shimada, professor de Finança da Fipecafi.

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