FMI reduz projeção para o PIB do Brasil em 2024 devido a enchentes no RS, mas eleva a de 2025

Estimativa agora é que País cresça 2,1%, abaixo da projeção anterior, de 2,2%; organismo espera que Brasil avance 2,4% no próximo ano

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Foto do author Aline Bronzati

NOVA YORK - O Fundo Monetário Internacional (FMI) fez uma leve alteração para baixo na sua projeção para a expansão do Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro neste ano devido ao impacto econômico das enchentes que devastaram o Rio Grande do Sul. Apesar disso, o organismo, com sede em Washington DC, vê o País crescendo mais em 2025, justamente como fruto da recuperação do Estado após os danos causados pelas chuvas.

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O FMI estima que o PIB do Brasil cresça 2,1% neste ano, abaixo da sua projeção anterior, de alta de 2,2%, conforme a atualização do seu relatório Perspectiva Econômica Mundial (WEO, na sigla em inglês), publicado hoje.

Ainda assim, o crescimento do País em 2024 deve ficar acima do esperado para a região da América Latina e Caribe, de 1,9%, mas abaixo do desempenho previsto para mercados emergentes e em desenvolvimento, de 4,3%, conforme o fundo.

Segundo o FMI, o menor crescimento neste ano reflete o impacto de curto prazo das enchentes. “No entanto, o crescimento foi revisado para cima em 2025 para o Brasil para refletir a reconstrução após as enchentes e fatores estruturais de suporte (por exemplo, aceleração na produção de hidrocarbonetos)”, diz o fundo, em relatório.

Chuvas causaram grande destruição no Rio Grande do Sul Foto: Giulian Serafim/PMPA

Para 2025, porém, o organismo vê o Brasil acelerando o passo. O FMI espera que a economia brasileira avance 2,4% no próximo ano, acima da sua projeção inicial e que apontava incremento de 2,1%, divulgada em abril último.

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Em sua última revisão de cenário para o Brasil, quando melhorou sua estimativa, o FMI disse que a economia deveria moderar neste ano, devido à consolidação fiscal, aos efeitos defasados da política monetária ainda restritiva e a uma menor contribuição da agricultura. E, apesar da deterioração das expectativas fiscais no País, com a pausa na queda dos juros, o fundo não fez comentários a respeito em sua atualização.

América Latina

Com relação à América Latina e ao Caribe, o FMI fez mudanças parecidas com as realizadas nas projeções para o Brasil. O fundo estima avanço de 1,9% no PIB da região neste ano, queda de 0,1 ponto porcentual frente à estimativa anterior. Para 2025, sua projeção foi melhorada em 0,2 p.p., para 2,7%.

Além do Brasil, ajustes nas expectativas para o desempenho econômico do México também influenciaram na mudança do cenário previsto pelo fundo para a região. O FMI estima que o PIB mexicano avance 2,2% neste exercício, 0,2 p.p. abaixo de sua projeção anterior, devido à moderação da demanda no país.

Para 2025, o organismo elevou a sua projeção para o México na mesma proporção, em 0,2 p.p., para 1,6%. Mas, ainda que tenha melhorado, ainda representa uma importante desaceleração do ritmo visto nos anos anteriores, na visão do FMI.

Sobre a Argentina, o fundo traçou um cenário ainda mais pessimista para a economia no primeiro ano do presidente Javier Milei. O FMI vê o país amargando queda de 3,5% neste ano, uma estimativa 0,7 p.p. pior que a sua última projeção, divulgada em abril. Manteve, contudo, a previsão de forte recuperação em 2025, com o PIB avançando 5,0%.

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