BRASÍLIA - Sob influência do IPCA-15 de dezembro e do Relatório Trimestral de Inflação (RTI) do Banco Central, divulgados na semana passada, os economistas do mercado financeiro alteraram suas projeções para a inflação. O Relatório de Mercado Focus, divulgado há pouco, mostra que a mediana para o IPCA - o índice oficial de inflação - em 2016 passou de 6,49% para 6,40%. Há um mês, estava em 6,72%. A estimativa para o índice para 2017 também caiu: de 4,90% para 4,85%. Há quatro semanas, apontava 4,93%.
Na prática, os economistas projetam uma inflação para 2016 dentro da margem perseguida pelo Banco Central. O centro da meta de inflação é de 4,5%, mas a margem de tolerância é de 2 pontos porcentuais (IPCA até 6,5%). Para 2017, o centro da meta também é de 4,5%, com tolerância de 1,5 ponto porcentual (até 6,0%).
Esta perspectiva de inflação dentro da margem ainda em 2016 foi reforçada pelo IPCA-15 de dezembro, que indicou inflação de 0,19% - a menor taxa para o mês desde dezembro de 1998. Além disso, o Banco Central atualizou, no RTI, suas projeções para a inflação e passou a estimar índice de 6,5% em 2016 - portanto, no teto da meta. Para 2017, o BC projeta inflação de 4,4% em seu cenário de referência.
Entre as instituições que mais se aproximam do resultado efetivo do IPCA no médio prazo, denominadas Top 5, a mediana das projeções para este ano caiu de 6,48% também para 6,40%. Na prática, isso significa que estas casas também enxergam uma inflação dentro da margem já em 2016. Para 2017, a estimativa foi de 4,52% para 4,51%. Quatro semanas atrás, as expectativas eram de, respectivamente, 6,68% e 4,80%.
Já a inflação suavizada para os próximos 12 meses foi de 4,87% para 4,77% de uma semana para outra - há um mês, estava em 4,89%.
Entre os índices mensais mais próximos, a estimativa para dezembro caiu de 0,49% para 0,41%. Um mês antes, estava em 0,55%. No caso de janeiro, a previsão do Focus foi de 0,61% para 0,59%, ante 0,62% de quatro semanas atrás.
Selic no fim de 2017 segue em 10,50% ao ano
Os economistas do mercado financeiro mantiveram a expectativa para a taxa básica de juros ao fim de 2017. O Relatório de Mercado Focus trouxe hoje que a mediana das previsões para a Selic no final do próximo ano seguiu em 10,50% ao ano. Há um mês, estava em 10,75%.
A perspectiva de inflação dentro da margem ainda em 2016 foi reforçada pelo IPCA-15 de dezembro, que indicou inflação de 0,19% - a menor taxa para o mês desde dezembro de 1998. Além disso, o Banco Central atualizou, no RTI, suas projeções para a inflação e passou a estimar índice de 6,5% em 2016 - portanto, no teto da meta. Para 2017, o BC projeta inflação de 4,4% em seu cenário de referência. As sinalizações mais recentes da instituição são de um corte maior da Selic em janeiro.
No relatório Focus de hoje, a Selic média de 2017 passou de 11,63% ao ano para 11,53%. Há um mês, a mediana da taxa média projetada para o próximo ano era de 11,69%.
Para o grupo dos analistas consultados que mais acertam as projeções (Top 5) de médio prazo, a taxa básica terminará 2017 em 10,00% ao ano, ante 10,38% de uma semana antes. Há um mês, a projeção era de 11,25% ao ano para o final de 2017.
Câmbio para fim de 2016 passa de R$ 3,38 para R$ 3,37
O Relatório de Mercado Focus, divulgado hoje pelo Banco Central, mostrou que a cotação da moeda americana estará em R$ 3,37 no encerramento de 2016, ante R$ 3,38 de uma semana antes. Há um mês, estava em R$ 3,35. O câmbio médio de 2016 permaneceu em R$ 3,46, ante R$ 3,45 de um mês antes.
Para o fim de 2017, a mediana para o câmbio passou de R$ 3,49 para R$ 3,50 de uma divulgação para a outra, ante R$ 3,40 de um mês antes. Já o câmbio médio de 2017 permaneceu em R$ 3,42 - estava em R$ 3,40 um mês atrás.
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