Mercado reduz estimativas de inflação para 2022 e 2023, que continuam acima da meta

No Boletim Focus desta segunda, IPCA para este ano cede de 6,40% a 6%, enquanto o de 2023 vai de 5,17% para 5,01%

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Foto do author Thaís Barcellos
Atualização:

BRASÍLIA- A dois dias da decisão do Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central, o Boletim Focus divulgado nesta segunda-feira, 19, mostrou mais uma vez uma melhora das expectativas de inflação para 2022 e 2023, ao mesmo tempo em que apontou deterioração para 2024.

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Para este ano a estimativa para o IPCA, índice de inflação oficial, foi reduzida pela 12ª semana seguida, indo de 6,40% para 6% – reflexo das desonerações patrocinadas pelo governo para baixar combustíveis e energia e também do recuo dos preços de gasolina. Há um mês, a projeção era de 6,82%.

Em relação a 2023, a projeção recuou pela quinta semana consecutiva, de 5,17% para 5,01%, contra 5,33% quatro semanas antes.

Contrariando o movimento firme observado nas projeções para 2022 e 2023, a estimativa de inflação para 2024 avançou pela terceira semana seguida, de 3,47% para 3,50%, contra 3,41% há um mês.

Apesar da melhora considerável nas últimas semanas, os resultados continuam a apontar para três anos consecutivos de estouro da meta, após o descumprimento do mandado do Banco Central em 2021, com o IPCA de 10,06%.

O alvo para 2022 é de 3,50%, com teto de até 5%, enquanto, para 2023, a meta é de 3,25%, com banda até 4,75%. Já para 2024 e 2025, a meta é de 3%, com intervalo de 1,5% a 4,5%.

Boletim Focus apresentou para o IPCA deste ano estimativa de 6% Foto: Marcos Santos/USP imagens

PIB

A projeção para a alta do PIB em 2022 saltou de 2,39% para 2,65%, 12ª alta seguida. Já a estimativa para a expansão do PIB em 2023 continuou em 0,50%. O Relatório Focus ainda mostrou redução na projeção para o crescimento do PIB em 2024, de 1,80% para 1,70%.

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A pesquisa ainda mostrou um cenário mais favorável para a relação entre resultado primário e o PIB deste ano, com o superávit previsto subindo de 0,50% para 0,75%. Há um mês, o porcentual era de 0,30% do PIB. Já a relação entre déficit nominal e PIB em 2022 passou de 6,75% para 6,70%, contra 6,80% de um mês atrás.

O resultado primário reflete o saldo entre receitas e despesas do governo, antes do pagamento dos juros da dívida pública. Já o resultado nominal reflete o saldo já após as despesas com juros.

O relatório ainda trouxe alteração na projeção para o indicador que mede a relação entre a dívida líquida do setor público e o PIB para 2022. A mediana passou de 59,00% para 58,70%, de 59,00% um mês atrás.

Em relação a 2023, a estimativa para a dívida líquida em relação ao PIB subiu de 63,05% para 63,17%, de 63,65% há um mês. A mediana para o déficit primário continuou em 0,50% do PIB. Para o rombo nominal, a estimativa permaneceu em 7,70% do PIB. Os porcentuais eram negativos em 0,47% e 7,70%, respectivamente, há quatro semanas.