BRASÍLIA - As projeções do mercado para a inflação e para o Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro neste ano voltaram a subir, segundo o relatório Focus, do Banco Central. A mediana para o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) de 2024 aumentou pela sétima semana consecutiva, de 4,25% para 4,26%, distanciando-se do centro da meta, de 3%. Um mês antes, era de 4,12%. O teto da meta deste é de 4,50%.
Já a estimativa intermediária para a inflação de 2025 caiu de 3,93% para 3,92%. Um mês antes, ela estava em 3,98%.
Considerando apenas as 54 estimativas atualizadas nos últimos cinco dias úteis, a mediana do mercado para o IPCA de 2024 passou de 4,27% para 4,26%. A projeção para a inflação de 2025 passou de 4% para 3,85%, considerando apenas as 54 atualizações no período.
No último ciclo de comunicações, o Comitê de Política Monetária (Copom) informou que considera o primeiro trimestre de 2026 como o seu horizonte relevante. O colegiado espera que a inflação acumulada em 12 meses alcance 3,4% no período, no cenário de referência, ou 3,2%, no cenário com a Selic estável em 10,5%.
O BC espera inflação de 4,2% este ano e de 3,6% no ano que vem, no cenário de referência. No cenário alternativo, projeta IPCA de 4,2% em 2024 e 3,4% em 2025.
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As medianas para os horizontes mais longos também se mantiveram descoladas do centro da meta, em 3,60% no caso de 2026 e 3,50% em 2027, pela 13ª e 61ª semana consecutiva, respectivamente.
Projeção de alta do PIB
A mediana do Focus para o crescimento do PIB brasileiro de 2024 subiu de 2,43% para 2,46%. Há um mês era de 2,2%. Considerando apenas as 30 projeções atualizadas nos últimos cinco dias úteis, a estimativa intermediária para o crescimento do PIB de 2024 passou de 2,49% para 2,47%.
A mediana do relatório Focus para a alta do PIB de 2025 caiu de 1,86% para 1,85%. Quatro semanas antes, estava em 1,92%. Considerando só as 30 projeções atualizadas nos últimos cinco dias úteis, passou de 1,84% para 1,85%.
Os economistas do mercado não alteraram as projeções de crescimento da economia em 2026 e 2027. Ambas permaneceram em 2%, como já estão há 56 semanas e 58 semanas, respectivamente.
A última estimativa divulgada pelo BC, no Relatório Trimestral de Inflação (RTI) de junho, indicava crescimento de 2,3% para o PIB brasileiro este ano. O Ministério da Fazenda espera que o PIB brasileiro cresça 2,5% em 2024.
Selic de 2024 segue em 10,5%
A mediana para a taxa básica de juros no fim de 2024 se manteve em 10,5% pela 11ª semana consecutiva. A projeção para a Selic no fim de 2025 também continuou em 10% ao ano. Há quatro semanas, estava em 9,75%.
Considerando apenas as 46 projeções atualizadas nos últimos cinco dias úteis, a mediana para a taxa Selic no fim de 2024 continuou em 10,5%. A estimativa intermediária para os juros no fim de 2025 se manteve em 10%, também incorporando apenas as 45 atualizações da semana passada.
Na sexta-feira, 30, o presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, afirmou que a instituição não fará um “ciclo de credibilidade”, descartando a possibilidade de elevar os juros agora para cortá-los logo depois, apenas para reforçar a reputação dos diretores. E disse que o prêmio de risco na ponta curta da curva — que precificava um aumento mais próximo de 0,5 do que de 0,25 ponto nos juros em setembro — “não é compatível” com as comunicações da autoridade. “Nós entendemos que, se e quando houver um ciclo de ajuste nos juros, esse ciclo será gradual”, disse o banqueiro central.
Os analistas de mercado mantiveram as expectativas para a Selic em 2026 em 9,5%. Um mês atrás, era de 9%. A Focus também traz a continuidade da projeção de 9% em 2027, mesmo patamar das últimas 15 semanas.
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